A Eletrobras (ELET3) anunciou, nesta segunda-feira (24), que projeta para os próximos cinco anos um potencial de investimentos entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões. Segundo a companhia, o objetivo é reconquistar o protagonismo de crescimento no setor elétrico brasileiro.
Do total da quantia, R$ 17,1 bilhões de investimentos da Eletrobras já contratados serão destinados para geração e transmissão, que incluem recursos em novos ativos e na manutenção dos existentes.
“Em geração com receitas contratadas, temos expectativa de investimento de R$ 0,7 bilhão na fase 1 do Complexo eólico de Coxilha Negra (“Complexo Coxilha Negra”). Existem opções nas fases 2 e 3 do Complexo Coxilha Negra, que têm um investimento de R$ 1,3 bilhão. O restante (R$ 0,4 bilhão) trata de novos projetos que poderão gerar receitas futuras”, diz a Eletrobras em nota.
Associado a isso, a Eletrobras tem uma série de investimentos em reforços da rede de transmissão já autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Em 30 de junho de 2023, a empresa foi vencedora do lote 04/2023, no âmbito do Leilão de Transmissão, com um investimento de R$ 0,68 bilhão para os próximos dois anos.
Além disso, a ex-estatal espera desembolso de caixa de cerca de R$ 0,6 bilhão para uma série de M&As (Teles Pires, Baguari I, EAPSA, Retiro Baixo, Mesa, Baguari Energia).
Também é esperado um total de R$ 1 bilhão em investimentos ambientais; cerca de R$ 1,9 bilhão para investimentos em infraestrutura (aquisição de imóveis, softwares etc.) e R$ 3 bilhões focado em modernização e repotencialização das unidades geradoras.
Eletrobras diz que tem 15 operações de M&A em análise
Além dos investimentos contratados, a Eletrobras afirma que avalia um total de 15 operações de M&A em ativos renováveis e de transmissão.
A Aneel estima um total de R$ 35 bilhões de investimentos em novos leilões de transmissão
em 2023 e em 2024, com ótimas oportunidades de crescimento em potencial.
“Ainda no horizonte de 2023-2027, e considerando a vida útil de nossos ativos de transmissão, a companhia poderá adicionar até R$ 10 bilhões de investimentos em reforços do seu sistema de transmissão, com potencial adicional de incremento de receita anual em mais R$ 1,2 bilhão”, informa a empresa.
Eletrobras: banco recomenda compra, com upside de 58%
Segundo o Itaú BBA, a equipe da Eletrobras é de extrema qualidade e apresenta um planejamento coeso que trará valor. Por isso, a recomendação do banco é de compra das ações.
Um dos pontos elogiados pela equipe do Itaú BBA trata da redução de empréstimos compulsórios. “A Eletrobras tem reduzido seus passivos de empréstimos compulsórios patrimoniais e extrapatrimoniais por meio de liquidações com descontos aos valores contabilizados.”
Desde a privatização da Eletrobras, a empresa conseguiu cortar suas provisões para empréstimos compulsórios em R$ 2,1 bilhões. “Esperamos novas reduções nos próximos trimestres, já que a empresa está em fase inicial de liquidação de R$ 3 bilhões de passivos e está negociando outros processos que totalizam R$ 2,5 bilhões”, projeta o BBA.
Além disso, os analistas do Itaú BBA destacam que a agenda de eficiência da empresa está avançando, com várias iniciativas que devem levar a uma redução de 42% nas despesas controláveis (PMSO) até 2026, em relação aos níveis de 2022. “A Eletrobras espera que as despesas com PMSO caiam de R$ 8,8 bilhões para R$ 7 bilhões em 2024 e para R$ 5,1 bilhões em 2026, em termos reais.”
Associados a essas reduções estão os custos com pessoal, que reduziram em média 55%, após 2.500 empregados aderirem ao primeiro programa de desligamento voluntário, resultando em uma economia anual de R$ 1,1 bilhão.
Com isso, a recomendação do BBA é de compra da ação da Eletrobras, com preço-alvo em R$ 61.
Os litígios jurídicos envolvendo a privatização
De acordo com o Itaú BBA, o diretor jurídico da Eletrobras, Marcelo Freitas, apresentou fortes argumentos contra a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) da União.
Freitas alega que a privatização seguiu todos os trâmites legislativos e legais cabíveis e também foi aprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Atualmente, existem cinco ações diretas em andamento por diferentes entidades para contestar a privatização da Eletrobras, sendo que a mais antiga delas foi ajuizada há quase dois anos. O ministro Nunes Marques, do STF, relator de todas as ADIs, decidiu que o caso deveria ser analisado pelo Conselho do STF, negando pedidos de liminar de urgência.
Cotação
Hoje, os papéis da Eletrobras tiveram queda de 0,44%, cotados em R$ 38,87.
Cotação ELET3
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