Durante a privatização da Eletrobras (ELET3), haverá um valor máximo de R$ 6 bilhões destinado aos investidores pessoa física que quiserem utilizar recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A informação consta no prospecto da capitalização da estatal, arquivado nesta sexta (27) na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Isso porque, conforme reportado pelo Suno Notícias, haverá uma opção de compra das ações da Eletrobras com o dinheiro do FGTS.
O período de reservas para o ‘investidor de varejo’, em ambas modalidades, vai de 3 a 9 de junho.
O varejo tem prioridade na oferta em relação aos investidores institucionais. Ainda antes do varejo, atuais acionistas, empregados e aposentados da Eletrobras poderão reservar seus papéis da companhia.
A aquisição será feita por meio de fundos chamados FMP-FGTS, que estão sendo colocados à disposição das pessoas físicas por meio de gestoras e bancos. O valor mínimo para as cotas dos fundos que usam o FGTS é de R$ 200.
A Eletrobras afirmou que está garantida uma alocação mínima de R$ 5 mil e máxima de R$ 50 mil para esses investidores.
O investidor do varejo poderá ingressar na oferta também por meio da aquisição direta de ações. O valor mínimo de alocação, nesse caso, por investidor é de R$ 1 mil, mas as instituições financeiras terão liberdade para aceitar valores abaixo desse patamar.
Vale lembrar que há dois modelos de fundos: o primeiro é o que simplesmente usa recursos hoje nas contas do FGTS para adquirir as ações da Eletrobras; o segundo permite a migração de posições em ações da Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3), também adquiridas com recursos do FGTS, para a Eletrobras.
Além disso, o investidor pessoa física, ao usar o recurso do FGTS e aplicá-lo em ações da Eletrobras, passa a fazer um investimento em renda variável, e não em renda fixa, caso do Fundo, que tem rentabilidade pré-fixada.
Em investimentos em ações, o que determina o rendimento é o desempenho do papel, que pode ser positivo ou negativo.
Entenda a compra de ações da Eletrobras com o FGTS
Os trabalhadores com carteira assinada que tenham dinheiro em conta no FGTS e optarem por investir nas ações poderão acessar o aplicativo FGTS ou ir a uma agência da Caixa.
Segundo o regramento, poderá ser utilizado de R$ 200 a até 50% do valor total do FGTS para compra de ações da Eletrobras.
O governo ‘facilitaria’ a operação por meio de Fundos Mútuos de Privatização, que já são usados atualmente pelo governo na venda de ações de outras estatais.
Caso o trabalhador e investidor tenha interesse, a reserva das ações da Eletrobras deve ser intermediada por uma administradora escolhida no aplicativo da Caixa.
As regras foram definidas ainda em março, pela Caixa Econômica Federal. À época, a instituição financeira firmou uma normativa para utilização do dinheiro proveniente do fundo em privatizações autorizadas pelo PND (Programa Nacional de Desestatização).
Essa normativa prevê um bloqueio das ações, e os trabalhadores só poderão vender as ações após doze meses da data da aplicação, segundo a Caixa. Nesse caso, o valor da venda dos papéis voltaria diretamente para o FGTS.
Ou seja, além da Eletrobras, o FGTS poderá ser utilizado como ‘aporte’ em eventuais ações dos Correios, por exemplo, se a empresa for privatizada pelo Governo na forma de capitalização.
Segundo levantamento realizado pelo Ministério da Economia, o potencial de compra de ações da Eletrobras com recursos do FGTS é de cerca de R$ 6 bilhões.
Com Estadão Conteúdo