Elétricas podem perder R$ 8,7 bilhões com inadimplência, diz Aneel
A perda para as companhias elétricas pode atingir R$ 8,7 bilhões até dezembro, com o aumento da inadimplência, segundo projeções da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Além do descumprimento por parte dos consumidores de energia, outro problema resultante da crise atual é a perda de mercado, que deve levar a um prejuízo de R$ 4,8 bilhões até o final deste ano às elétricas.
O diretor-geral da Aneel, André Pepitone, comentou, em videoconferência organizada pela MegaWhat, que a crise deve gerar um desequilíbrio econômico das concessionário de distribuição. Para ele, a pauta dará o tom das discussões no futuro, uma vez resolvida a questão financeira do segmento por meio do empréstimo da “Conta Covid”.
Pepitone afirmou que a Aneel mostrou preocupação com uma potencial quebra de covenants (compromissos de contratos de financiamentos para proteger os credores) pelas distribuidoras em seus empréstimos. Essa situação poderia resultar em um vencimento antecipado das dívidas das empresas, segundo o diretor-geral.
O setor de distribuição de energia tem manifestado interesse de incluir um artigo sobre o direito a reequilíbrio econômico-financeiro das concessões na regulamentação do Decreto 10.350/2020, sobre a operação financeira de auxílio do segmento.
A demanda foi formalizada pela Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee) em contribuição à consulta pública sobre o decreto. E, segundo o presidente da entidade, Marcos Madureira, a Aneel se mostrou aberta a discutir a questão, porém ainda não existe nenhuma “compreensão definitiva”.
Elétricas terão R$ 15,6 bilhões em socorro do governo
O diretor-geral da Aneel informou no final do mês de maio que o governo federal iria realizar um empréstimo de R$ 15,6 bilhões para socorrer companhias elétricas, conforme noticiou o portal de notícias “G1”.
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O valor será pago pelo sindicato de bancos públicos e privados, coordenado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A quantia deve ser quitada pelas companhias elétricas em 2025.