“Veremos o fortalecimento da economia”, diz CEO da Forpus Capital; assista aqui

O final do ano de 2022 pode ser resumido em ‘incertezas’, diante do cenário eleitoral que o Brasil aguarda, além das perguntas ainda não respondidas sobre política monetária e fiscal. A Forpus Capital, gestora com estratégia ‘top down‘, vê, no entanto, que o resultado das eleições presidenciais neste ano não terá impacto muito grande sobre o mercado de capitais. “Na nossa opinião, não importa o presidente eleito, seja Bolsonaro ou Lula. A bolsa deve andar, apenas com algumas diferenças”, disse Luiz Nunes, sócio e CEO da Forpus Capital, em entrevista ao Suno Notícias no Almoço com Gestor.

Almoço com o Gestor: Luiz Nunes, da Forpus Capital

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Para o gestor, o que mudará de fato será a ordem dos fatores. As commodities, na visão da Forpus Capital, continuarão sendo o principal fator de impulso à economia. No embate presidencial de 2022, as pesquisas eleitorais mostram um cenário dividido entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula (PT). “Caso Bolsonaro seja reeleito, provavelmente veremos o fortalecimento do real, o que pode ser prejudicial para as commodities em um primeiro momento. Mas, logo em seguida, deve haver uma contaminação positiva de todo o ambiente, alcançando consumo, crédito e varejo.”

Por outro lado, com a vitória de Lula, Nunes vê que, com a retirada do teto de gastos, o câmbio enfraquecerá, o que pode fortalecer ainda mais as commodities. Porém, não haverá uma melhoria nos setores de crédito e varejo, em um segundo momento, mas sim no começo. “O mercado tende a acreditar que haverá um estímulo para educação e consumo, que governos de esquerda tendem a ajudar.”

O que realmente deve fazer a diferença para a bolsa são a exportação de commodities e a maneira como o presidente eleito lidará com a economia ao longo de seu mandato, observa o CEO da Forpus. “Nos próximos anos, a política econômica será o grande diferencial. Atualmente, o presidente Jair Bolsonaro executa a melhor administração econômica, pós-pandemia, dos últimos tempos”, declara.

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Recessão global pode ser motor da economia brasileira

As recentes leituras do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, do primeiro e segundo trimestres, já indicam uma recessão técnica no país. Com a recente desaceleração da China também, vista no recuo das atividades industriais e de varejo, após a divulgação de dados econômicos na segunda-feira (15), as suspeitas de uma recessão econômica global crescem cada vez mais e tomam o radar de investidores.

“A maior bolsa do mundo continuará sendo a dos EUA. Se eles caírem 10% em um dia, nós também vamos sofrer. O cenário lá fora é muito diferente. Mesmo com uma recessão, teremos juros reais negativos nos EUA, o que é uma novidade para o mundo”, aponta Luiz Nunes.

O gestor vê o enfraquecimento da maior economia do mundo como uma possibilidade de fuga de capitais, reduzindo a diferença entre o tamanho da bolsa de valores brasileira e o mercado norte-americano, justificada principalmente pelo tamanho das economias.

“Uma recessão nos EUA seria, talvez, o motor da economia brasileira”, avalia.

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Apesar de volatilidade com eleições, Bolsonaro e Lula têm o que oferecer

Luiz Nunes vê o governo atual, do presidente Jair Bolsonaro, com uma política que “se mostrou um pouco mais responsável fiscalmente, com as contas”. No entanto, para ele o grande gargalo permanece na comunicação, o que pode ter prejudicado sua reputação entre os brasileiros. “O governo tem um grande problema de comunicação, talvez um dos mais sérios da história, e conseguiu despertar o ódio das pessoas que não olham a economia do país no detalhe. Essa raiva é justificada. Pensamos, ‘custava comunicar melhor?’.”

O gestor é otimista em relação à manutenção das estatais com uma reeleição do governo atual. O que pesa em sua avaliação, para uma vitória de Lula, é ter presenciado escândalos como o Mensalão no governo do ex-presidente.

Por outro lado, Nunes avalia a estratégia do PT, mais ligada ao assistencialismo, como positiva. “Mas a gente sabe, com todas as crises que já vimos, o que pode acontecer. Precisamos levar tudo isso em conta, com Bolsonaro e Lula”, explica.

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Beatriz Boyadjian

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