Os quatro candidatos mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), concentram suas finanças pessoais em imóveis, como apartamentos, casas e terrenos.
Há também recursos na poupança e até na conta corrente, além de investimentos em planos de previdência do tipo VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre).
Os dados estão disponíveis pelo site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas listas de bens declarados pelos candidatos ao cargo de presidente da república.
Confira detalhadamente os investimentos dos candidatos a presidente:
Onde os candidatos investem seu dinheiro?
Dinheiro do Lula
Lula é o que apresenta o patrimônio mais alto, de R$ 7,4 milhões. A maior parcela, de R$ 5,6 milhões, está alocada em um VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), um tipo de previdência privada. Nessa modalidade, o investidor paga uma contribuição por alguns anos e, depois, começa a receber uma renda por um prazo definido ou de forma vitalícia. Equivale a 75% do valor declarado ao TSE.
Há ainda terrenos (três, que totalizam R$ 398 mil) e apartamentos (três, com valores unitários entre R$ 19 mil e R$ 95 mil), cerca de 10% do patrimônio. As aplicações de renda fixa somam R$ 186 mil – dentre os presidenciáveis, Lula é o único a declarar possuir papéis como CDBs (Certificado de Depósito Bancário, aplicação de renda fixa) RDBs e outros como R$ 4,7 mil em caderneta de poupança e R$ 1,2 mil em um fundo de curto prazo.
Alguns itens não são detalhados. A lista inclui, por exemplo, “outros bens e direitos” e “quotas ou quinhões de capital”, inscrição que normalmente se refere a participações em empresas limitadas, como sócio. Equivale a menos de 1% de seu patrimônio nessas ações.
Investimentos do Bolsonaro
Jair Bolsonaro é o que apresenta maior volume de recursos em ativos de liquidez. Seu patrimônio totaliza R$ 2,3 milhões e ele declarou ter R$ 591 mil na poupança, aproximadamente 25% de seu patrimônio e R$ 316 mil em contas correntes.
Ainda entre os investimentos, o candidato a reeleição também informou ter vendido ações da Oi (OIBR3) em 2021 e tem posição zerada neste ativo agora.
Recursos de Ciro Gomes
Ciro Gomes declarou um total de R$ 3 milhões. Mas, no caso dele, o VGBL ocupa apenas uma parcela reduzida da sua lista de bens, de R$ 23 mil, o que representa pouco mais de 1% do total do patrimônio informado. A parte mais volumosa está em dois apartamentos, que totalizam mais de R$ 1 milhão.
Há ainda outra fatia, de tamanho parecido, declarada como “crédito decorrente de alienação”, o que sugere que o candidato realizou a venda de algum bem e ainda tem valores a receber por ela.
O candidato informou ter duas casas (R$ 460 mil). Aparecem também em sua declaração “quotas ou quinhões de capital”, cerca de 2% de seu patrimônio, e “outros créditos e poupança vinculados”, sem maior detalhamento. O candidato do Partido Democrático Trabalhista informou ainda a posse de dois veículos, no valor de R$ 85 mil e de R$ 105 mil, totalizando R$ 190 mil, pouco mais de 6% do patrimônio total.
Simone Tebet prefere imóveis
A presidenciável não tem produtos de investimentos. Simone Tebet declarou bens que totalizam R$ 2,3 milhões ao TSE. Desse valor, apenas R$ 59 mil estão depositados em conta corrente. Todo o restante se divide entre sete apartamentos, quatro terrenos e duas casas, sendo mais de 97% do montante alocado em imóveis em Mato Grosso do Sul, ou seja, patrimônio praticamente sem liquidez.
(reportagem de Laís Seguin)