Segundo analistas do BBI, o Banco do Brasil (BBAS3) não está totalmente imune aos possíveis impactos na Argentina após a eleição de Javier Milei, que saiu vitorioso com uma boa margem neste domingo (19).
As propostas de Milei, notáveis por terem um teor de mudança radical, incluem planos que vão desde privatizações até o fechamento do Banco Central e a dolarização do país.
É especialmente esse último ponto que pode afetar o Banco do Brasil, de acordo com os analistas.
Os especialistas explicam que o banco estatal brasileiro tem exposição à Argentina por meio de sua subsidiária internacional, o Banco Patagonia, no qual detém cerca de 80% de participação.
Dado que o Patagonia contribui para a receita líquida de juros do BB, representando 7,2% no terceiro trimestre deste ano, uma eventual desvalorização cambial em caso de dolarização da economia argentina poderia impactar os resultados do banco.
Os analistas destacam que, em relação à rentabilidade e ao balanço do Banco Patagonia, no terceiro trimestre, o Patagonia apresentou receita líquida de juros de R$ 1,7 bilhão (7,2% do valor do BB no trimestre), com R$ 26,9 bilhões de ativos (1,2% do BB), R$ 6 bilhões de empréstimos (0,6% do BB), R$ 19,4 bilhões de depósitos (1,9% do BB) e R$ 4,1 bilhões de patrimônio líquido (2,4% do BB).
Os analistas reconhecem, contudo, que ainda é prematuro avaliar completamente o impacto que uma possível dolarização da economia argentina teria na unidade de negócios.
Eles esperam observar contribuições mais baixas dos ganhos de tesouraria e do Banco Patagonia para o BBjá em 2024.
Desempenho das ações do Banco do Brasil
As ações BBAS3 subiram 0,5% no intradia desta segunda-feira (20), a um patamar de R$ 50,93.
No acumulado de 2023, as ações do Banco do Brasil sobem 53%.