Eike Batista e credores se desagradam com oferta do BTG Pactual (BPAC11) por dívida da MMX
Tanto Eike Batista quanto seus credores, agora, estão do mesmo lado. Ambos estão desagradados com a oferta feita pelo BTG Pactual (BPAC11) aos títulos de dívida da Anglo American e detidos pela MMX. Segundo apuração do Estadão/Broadcast, ambos devem ir à Justiça contra a solução proposta pelo banco para comprar as debêntures.
A mineradora de Eike Batista está realizando o leilão das debêntures a fim de reduzir a dívida, integrando o processo de recuperação judicial da empresa.
O entendimento de Eike e dos credores é de que o BTG está sendo favorecido, pois o banco apresentou proposta no dia seguinte à divulgação das novas condições para a venda das debêntures pela Juíza Claudia Helena Batista, da 1.ª Vara Empresarial de Belo Horizonte.
A decisão elimina a hipótese de novo leilão, que chegou a ser marcado para segunda (12), conforme reportado pelo Suno Notícias.
Além disso, o prazo para apresentação de propostas seria de três dias úteis, contados a partir das 18h de segunda (12). A ideia era garantir a venda por pelo menos R$ 360 milhões.
Conforme documentos obtidos pela reportagem, o BTG apresentou proposta na terça (6), que foi prontamente aceita pelo administrador judicial da MMX. A XP Asset e o Banco Modal manifestaram interesse em entrar no processo ontem.
No entanto, como a proposta do BTG já foi aceita pelo administrador, os demais proponentes teriam de apresentar oferta 1% superior aos R$ 360 milhões e mais 3% sobre a oferta para custeio da due dilligence (investigação prévia) feita pelo BTG para aquisição do ativo.
Segundo o colunista Lauro Jardim, contudo, a oferta feita pelo BTG Pactual foi na condição de ‘stalking horse‘ – quando uma proposta é feita, mas deixa em aberto a possibilidade para que outras propostas também possam ser feitas.
Fontes a par do assunto também citam que o Credit Suisse participará do leilão, assim como as gestoras OakTree e Royalty, e a também corretora Argenta Securities.
No caso da Argenta, foi feita uma proposta de cerca de R$ 612 milhões no último leilão, ficando abaixo do preço mínimo estabelecido, de R$ 1,25 bilhão. Com isso, o leilão foi postergado.
Os recursos arrecadados vão para a redução da dívida da MMX, incluindo o acordo de delação que a empresa fechou com o Supremo Tribunal Federal (STF).
Procurados, BTG e XP não se pronunciaram até o fechamento desta reportagem.
Entenda o leilão da mineradora de Eike Batista
O leilão marcado para a segunda-feira (12) é das debêntures participativas que eram detidas pela MMX, mineradora da EBX, o conglomerado empresarial de Eike Batista.
Os papéis remontam transações da década passada, já que estão envolvidos na operação de venda da antiga Minas-Rio à Anglo American em meados de 2008.
Os valores discutidos atualmente, de cerca de R$ 360 milhões, ficam bem abaixo dos lances mínimos das tentativas anteriores. Isso pois, em leilões anteriores dos títulos, a exigência era de R$ 1,2 bilhão.
Na primeira tentativa de vender a dívida da empresa de Eike Batista, o lance mínimo era de R$ 1,8 bilhão.
Com Estadão Conteúdo