Cerca de três escritórios de advocacia que defendiam Eike Batista abandonaram os trabalhos com o empresário após um suposto calote. As informações são da coluna de Bela Megale, no jornal O Globo.
Eike Batista não estaria pagando seus representantes há meses, o que os motivou a abandonar os casos. O empresário disse à coluna, por meio de sua nova defesa, que a mudança ocorreu “por entender que, estrategicamente, era o melhor para a representação de seus interesses”.
A falta de pagamento acionou o alerta dos advogados de que Eike poderia, também, não arcar com o pagamento do acordo de delação que firmou em 2020 com a Procuradoria-Geral da República (PGR), segundo a coluna.
O empresário consentiu com o pagamento de R$ 800 milhões. Nas investigações, Eike chegou a ser preso e, atualmente, seu caso corre no Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2012, o empresário era o 7º homem mais rico do mundo, segundo a Forbes.
Em resposta à coluna, Eike disse que quitará as eventuais obrigações com qualquer órgão público “oportunamente, como sempre fez até hoje”.
Império de Eike Batista em ruínas
A situação de Eike frente às autoridades começou a piorar durante a Operação Lava-Jato. Ele foi preso em 2017 e 2019, condenado por crimes de manipulação de mercado de capitais e uso de informação privilegiada.
Em maio deste ano, a Justiça do Rio de Janeiro decretou a falência da MMX Mineração e Metálicos, fundada por Eike. No Tribunal de Justiça de Minas corre também o processo da MMX Sudeste, subsidiária da empresa.
A dívida total da MMX gira em torno de R$ 440 milhões. Cerca de R$ 2,5 milhões são de dívidas trabalhistas.
Agora, Eike Batista é defendido por Bruno Fernandes, do escritório Braga e Fernandes Advogados. O escritório assessorou Edmar Santos, ex-secretário da Saúde do Rio, no acordo de delação que entregou informações sobre o ex-governador Wilon Witzel à PGR.