A delação de Eike Batista, fundador e ex-presidente do grupo EBX, fechada na segunda-feira (23) com a Procuradoria Geral da República (PGR), pode implicar executivos do mercado financeiro.
De acordo com informações da coluna de Lauro Jardim, de “O Globo”, o ex-homem mais rico do Brasil deverá contar como manipulava o mercado com a ajuda de executivos de seis bancos.
Segundo a coluna, profissionais dos bancos JP Morgan, Goldman Sachs, BTG Pactual, ItaúBBA, Morgan Stanley e Credit Suisse auxiliavam Eike em operações conhecidas como P-notes, quando o ex-presidente do grupo EBX podia comprar e vender ações, utilizando-se de informações confidenciais, sem ser identificado.
A delação do ex-homem mais rico do Brasil deve ser assinada na próxima sexta-feira (27). Ainda segundo informações do jornal “O Globo”, as operações irregulares totalizaram cerca de US$ 1 bilhão.
Procurado, o BTG e o Goldman Sachs informaram que não irá comentar.
O Itaú informou, em nota, que “não teve acesso a qualquer informação que trate de suposta delação premiada do empresário Eike Batista nem foi notificado por qualquer autoridade sobre o tema”.
Além disso, que “as operações que realiza, seja no mercado de capitais ou no mercado de crédito, seguem os mais altos padrões de governança corporativa”, disse o banco.
Os demais bancos citados ainda não se manifestaram sobre o caso.
Em maio do ano passado, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aplicou uma multa de R$ 536,5 milhões no empresário -a maior multa individual a uma pessoa física já adotada pelo órgão regulador, por operar com informações privilegiadas.
Além da multa, Eike Batista também foi proibido de assumir a administração de companhias abertas ou conselhos fiscais por sete anos.
Eike Batista foi preso na Lava Jato
A delação do empresário com a PGR é um acordo resultado da prisão de Eike Batista pela Polícia Federa no âmbito da Operação Lava Jato.
A prisão teve relação com um depoimento feito pelo empresário em delação premiada do banqueiro Eduardo Plass. Ele foi preso no dia 8 de agosto pela Polícia Federal do Rio de Janeiro, em uma fase da Operação Lava Jato.
Entre as acusações, estava o pagamento de propina ao ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral – até hoje preso.
Em 2017, Eike Batista também teve prisão decretada por lavagem de dinheiro, na Operação Eficiência.