Ações de educação financeira são eficazes para diminuir taxas de endividamento entre jovens nas linhas de crédito rotativas, segundo apontou um estudo do Banco Central (BC) divulgado nesta segunda-feira (1).
A autarquia federal identificou o comportamento 16 mil estudantes, em suas bases de dados sobre operações de crédito, como cheque especial e rotativo do cartão de crédito que são caras e aumentam o risco de insolvência. O BC comparou a atitude dos estudantes que haviam recebido aulas de educação financeira oito anos antes com um grupo de controle que não as haviam recebido.
De acordo com a pesquisa, o grupo de estudantes que haviam recebido aulas de utilizou 9,03% menos cheque especial entre junho de 2016 e dezembro de 2019 (período avaliado pela autarquia), em relação aos alunos do grupo de controle. Enquanto, o uso do rotativo do cartão de crédito foi 6,75% menor entre aqueles que receberam educação financeira.
“Essa evidência de menor utilização das modalidades mais caras de crédito – cheque especial e rotativo – sugere que a ação de educação financeira foi bem sucedida, mesmo para o caso do uso do crédito, para os quais os dados de curto prazo merecem cautela”, destacou o estudo do BC.
Além disso, o autoridade monetária verificou que os estudantes que participaram do projeto usaram 5,73% menos cartão de crédito em compras, em comparação com o grupo de controle.
Educação financeira eleva participação no mercado de trabalho formal, diz BC
O BC identificou ainda que as aulas de educação financeira afetaram a percepção do mercado de trabalho. Aqueles que integravam o grupo do controle da pesquisa apresentavam menor participação no mercado de trabalho formal.
“Uma hipótese para tal é que a ação de educação financeira tenha incentivado os jovens a investirem em capital humano, aumentando sua propensão a cursarem o ensino superior, em vez de irem para o mercado de trabalho após a conclusão do ensino médio”, avaliou o documento.
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O estudo mostrou que a educação financeira não apresenta influência na decisão de abrir ou não uma conta bancária. Os estudantes que tiveram aulas indicaram a mesma chance de ter uma conta do que aqueles que não as tinham recebido, de 96%.
O estudo foi publicada sob forma de um box do Relatório de Economia Bancária (REB), antecipado pelo BC. O relatório deverá ser publicado integralmente na quinta-feira (4).