Educação financeira para crianças: 5 lições importantes para os seus filhos sobre dinheiro

Dinheiro “não é assunto para criança”? Muito pelo contrário: saber um pouco mais sobre finanças logo no início da vida pode ser de grande impacto positivo na formação de uma pessoa. Estudos mostram que a educação financeira para crianças ajuda no desenvolvimento de habilidades que os jovens vão precisar para enfrentar os desafios sociais e econômicos da sociedade.

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É o caso de uma pesquisa divulgada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em um relatório de Competência Financeira do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, em inglês) de 2018.

Segundo os especialistas, a melhor hora para começar a aprender sobre finanças é mesmo a primeira infância: quando a criança começar a pedir para os pais ou responsáveis comprarem coisas para ela.

A seguir, confira algumas dicas de educação financeira para crianças e como falar com os pequenos sobre dinheiro:

Dica 1: Comece cedo a educação financeira para crianças

Iniciar a educação financeira desde a infância é crucial para o desenvolvimento de habilidades monetárias saudáveis. Mesmo em tenra idade, os pais podem ensinar conceitos básicos, como a diferença entre necessidades e desejos. Ao envolver as crianças em atividades cotidianas, como compras no supermercado, os pais podem explicar as escolhas de compra com base nas necessidades familiares. A compreensão gradual do valor do dinheiro ajuda as crianças a tomar decisões financeiras mais informadas no futuro.

É importante, contudo, saber diferenciar os tipos de aprendizados recomendados para cada idade. Para crianças de 3 a 6 anos, por exemplo, a introdução de conceitos básicos com o que é dinheiro e a sua origem, formas de uso e quais as limitações dele podem ser ensinadas.

Já para as crianças na casa dos 7 a 10 anos, é possível introduzir temas de consumo e a importância de economizar, assim como planejar o uso do dinheiro, com uma mesada, por exemplo.

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Dica 2: Esqueça o sermão quando falar de dinheiro

Educar crianças sobre finanças não requer jargões complicados. O foco deve estar em lições práticas. Em vez de conceitos abstratos, os pais podem usar situações diárias para ensinar sobre dinheiro. Compreender que a mesma moeda pode comprar diferentes coisas é uma lição valiosa.

O especialista em educação financeira e fundador da DSOP, Reinaldo Domingo, sugere a técnica dos três cofrinhos para visualizar metas financeiras de curto, médio e longo prazo, ensinando as crianças sobre planejamento financeiro de maneira tangível.

Dica 3: Envolva a criança nos assuntos de família

Incluir crianças em discussões financeiras familiares ajuda a desenvolver uma compreensão sólida de orçamento e responsabilidade. Reuniões familiares para discutir sonhos, desejos e necessidades incentivam as crianças a participar ativamente nas decisões financeiras.

Calcular o custo dos itens desejados ensina sobre poupança e planejamento, mostrando que os sonhos podem se tornar realidade com esforço e gestão financeira adequada.

Uma maneira saudável de fazer isso, segundo Domingos, é reunir a família para conversar sobre os sonhos, desejos e necessidades de cada um. Em seguida, é preciso descobrir quanto custa o valor de cada sonho, desejo e necessidade. Apesar de a criança não entender o valor, ela entende que é necessário guardar moedas para conquistar aquele sonho.

Dica 4: Forneça à criança o acesso ao dinheiro

Oferecer uma mesada é uma maneira prática de ensinar sobre gestão financeira. Existem diferentes tipos de mesadas, desde a primeira para pequenas compras até mesadas estruturadas para aprender sobre equilíbrio financeiro. Acesso ao dinheiro deve ser acompanhado por orientação dos pais, ensinando sobre o valor do dinheiro, importância do planejamento e tomada de decisões conscientes.

Em seu livro Mesada Não É Só Dinheiro, Domingos explica que existem diversos tipos de mesadas. O primeiro tipo é a mesada voluntária, que é quando os pais dão as primeiras moedas aos filhos para comprarem bala, figurinha ou chocolate. “Este momento é importantíssimo para que os pais ensinem a educação financeira comportamental e para que eles possam respeitar o dinheiro,” explica.

Dica 5: Deixe a criança errar

Permitir que as crianças cometam erros financeiros é uma parte valiosa do aprendizado. Se uma criança gastar toda sua mesada, os pais podem transformar isso em uma lição de administração financeira.

Em vez de repreendê-la, os pais podem ajudá-la a entender as implicações de suas escolhas e orientá-la sobre como tomar decisões mais sensatas no futuro. Essa experiência prática é essencial para o desenvolvimento de habilidades financeiras duradouras.

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Camila Paim

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