Eduardo Pazuello cita problemas de saúde e pede para sair do ministério, diz jornal
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, pediu para deixar a pasta do governo em função de problemas de saúde, segundo o jornal O Globo. O general estava pressionado por conta de sua condução do combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A troca está prevista para esta semana, embora a saída não tenha sido comunicada oficialmente.
De acordo com a revista Exame, as conversas para a substituição de Pazuello foram intensificadas nos últimos dias, sobretudo após a volta do ex-presidente Lula ao jogo político. O petista, em coletiva na última quarta-feira (10), proferiu acentuadas críticas à gestão governo frente à doença.
O pedido de afastamento do general coincide com o pico da pressão de deputados do Centrão, que buscam uma mudança no comando da pasta, com a justificativa de má liderança no combate à doença.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o presidente Jair Bolsonaro conversará com a cardiologista Ludhmila Abrahao Hajjar do Incor e da rede de hospitais Vila Nova Star, acerca da posição vaga. Ela já teria desembarcado em Brasília.
Segundo o blog de Andreia Sadi, a médica é a favorita do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, também foi convocado para conversar.
A revista Veja também coloca no páreo o médico e deputado Luiz Antônio Teixeira Jr. Ele integra a Comissão de Enfrentamento da Covid-19 e é defendido pelo Centrão. O oftalmologista Claudio Lottenberg, do Hospital Albert Einstein, também estaria cotado, mas corre por fora por conta da proximidade com o governador de São Paulo, João Doria.
Saída de Pazuello acentua crise na Saúde
A saída do general da pasta amplia a crise na liderança no combate à pandemia. Em fevereiro do ano passado, quando o coronavírus chegou ao Brasil, o ministro era Luiz Henrique Mandetta, ex-deputado, que acabou sendo demitido porBolsonaro por conta de divergências no modo de lidar com a pandemia.
Após ele, quem assumiu foi Nelson Teich, médico oncologista e consultor em saúde. Ele pediu para sair do governo após supostamente ter sido pressionado por Bolsonaro a recomendar amplamente o uso de cloroquina de forma preventina, algo que não é comprovado cientificamente como eficaz.
Em entrevista ao jornal O Globo no fim do ano passado, Teich disse que Bolsonaro atrapalhou no combate à pandemia ao não ter um discurso alinhado ao ministério. “Numa situação como essa, você tem que ter uma coordenação em linguagem única máxima”, disse. Ele foi ministro por menos de um mês.
Pazuello, por sua vez, dirige o Ministério da Saúde desde maio. Ele assumiu interinamente e acabou permanecendo no cargo. O general foi duramente criticado pela falta de gestão à crise da falta de oxigênio em Manaus, no início de 2021.