A EDP Brasil (ENBR3) estuda vender alguns de seus ativos neste ano para financiar investimentos nos segmentos de transmissão e distribuição de energia elétrica. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (19) pelo presidente da companhia, Miguel Setas.
De acordo com o executivo, a EDP Brasil pretende vender usinas hidrelétricas como forma de efetuar uma “reciclagem de capital”. Dessa forma, a companhia poderá direcionar os recursos levantados para outros setores estratégicos.
“Poderemos vir a considerar alguma ‘rotação de ativos’ se vierem por aí oportunidades mais brilhantes na transmissão ou na própria transmissão. Esse é o resumo de nossa estratégia de crescimento”, afirmou o CEO.
Setas afirmou que a companhia buscará adquirir projetos da área de transmissão no mercado secundário. Isso porque, segundo o CEO, a concorrência para a compra de novos empreendimentos é acirrada e, consequentemente, afeta os retornos.
O CEO salientou que a companhia participou do último leilão de concessões de transmissão realizado pelo governo federal em dezembro de 2019. Entretanto, a empresa não conquistou nenhum ativo.
“Temos participado e, por critérios de rentabilidade, não temos ganho nos últimos leilões, mas temos encontrado oportunidades interessantes no mercado secundário… com rentabilidades superiores ao que teríamos no mercado primário, nos leilões”, disse Setas.
Interesse em adquirir a Celesc
Por outro lado, no segmento de distribuição, a empresa buscará oportunidades oriundas de privatizações de companhias estatais.
Conforme o discurso de Setas nesta quarta, a EDP pretende adquirir a Centrais Elétricas de Santa Catarina (CLSC4), atualmente controlada pelo governo catarinense.
“Uma óbvia oportunidade pode vir a ser o futuro da Celesc. Diria que seria a prioridade número 1. Mas há outras concessionárias, outras empresas de distribuição que podem vir a mercado, e portanto a companhia estará atenta às potenciais futuras oportunidades”, afirmou o executivo.
Resultados da EDP Brasil em 2019
A EDP apresentou lucro líquido acumulado de R$ 1,337 bilhão em 2019. O valor foi 5,1% maior do que o registrado em 2018. Foi o melhor resultado da empresa de energia no Brasil desde quando começou a atuar, em meados dos anos 2000.
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Segundo Setas, o resultado do ano passado foi puxado por melhoras nas áreas operacionais de distribuição, com revisões tarifárias “bem sucedidas” das distribuidoras do grupo, e pelo crescimento dos projetos de transmissão.
Entre outubro e dezembro de 2019, a EDP Brasil teve lucro líquido de R$ 499,3 milhões, uma baixa de 4,7% em comparação ao mesmo período do ano anterior. No mesmo intervalo, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 873,9 milhões, um avanço de 3,1% na comparação anual.