A EDP (ENBR3) anunciou nesta quarta que fará o pagamento de juros sobre o capital próprio (JCP) no total de R$ 454.811.000,00, relativos ao exercício de 2021.
O valor por ação ordinária dos JCP será de R$ 0,7886027561, segundo documento da EDP enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O pagamento terá retenção de 15% de imposto de renda na fonte, exceto para os acionistas imunes ou isentos que comprovarem essa condição até a data de 31 de dezembro de 2021
Terão direito aos dividendos os acionistas com posição comprada até o final do pregão em 4 de janeiro de 2022. As ações serão negociadas na bolsa de valores “ex-juros sobre capital próprio” a partir de 5 de janeiro de 2022.
Segundo a EDP, o pagamento será feito até 31 de dezembro de 2022, “sem qualquer atualização monetária ou outra remuneração”.
A companhia informou também que as subsidiárias EDP São Paulo e EDP Espírito Santo aprovaram, em 23 de dezembro último, o pagamento à EDP Brasil, na condição de única acionista das empresas, de JCPs do exercício de 2021, no valor total de R$ 116.279.000,00:
“A data de pagamento dos juros sobre o capital próprio será deliberada posteriormente pelas referidas subsidiárias, por ocasião da deliberação sobre o pagamento dos dividendos do exercício a se encerrar em 31 de dezembro de 2021.Os créditos correspondentes serão feitos nos registros contábeis da EDP São Paulo e EDP Espírito Santo em 31 de dezembro de 2021, em nome da EDP Brasil”, acrescenta a companhia.
EDP Brasil (ENBR3) dá a volta por cima com dividendos generosos, diz Genial
A Genial Investimentos iniciou no final de novembro sua cobertura da EDP Brasil (ENBR3). Em relatório assinado por Vitor Souza, analista do setor elétrico e saneamento, a Genial diz que a companhia está dando a volta por cima e a recomendação é manter as ações, visando valorização de 16,11%, ao preço-alvo de R$ 24.
Segundo a Genial, a EDP está deixando de lado seu passado pouco eficiente que a tornava sub-precificada. “Essencialmente, gostamos da história da empresa nos últimos anos: muito participativa em leilões de novos projetos, ativa na aquisição e venda de ativos operacionais e eficiente na gestão dos seus atuais ativos. Como podemos observar em seus últimos resultados trimestrais, os frutos de todas as medidas recentes começam a aparecer na lucratividade da empresa e na própria performance das ações nos últimos meses – o próprio grupo controlador concluiu recompras de ações ao longo do último ano na casa dos R$17-18 por ação”, diz a Genial.
Mesmo com a impressão positiva, a análise recomenda manter as ações, em vez de comprar, justificando que a boa performance fez com que os papéis ficassem com o preço próximo às máximas dos últimos anos, “reduzindo assim a nossa margem de segurança na recomendação”.
Mas talvez o principal destaque para os investidores interessados na companhia seja sua política de dividendos, que o analista considera estar generosa: a empresa se compromete a pagar pelo menos R$ 1 por ação, podendo incluir também 25% de seu lucro líquido ou 50% de seu lucro líquido ajustado com base em realizações em caixa de longo prazo — comprometendo-se a usar o maior valor dentre os citados.
“É importante apontar que esses níveis de dividendos são altos em relação ao histórico da EDP, que pagou em média R$ 0,6/ação nos últimos 4 anos”, afirma o relatório. “Consideramos o guidance em termos de pagamento de dividendos razoavelmente conservador e somos otimistas quanto à possibilidade de uma maior generosidade no que diz respeito ao pagamento de dividendos nos anos seguintes.”