A EDP (ENBR3) comunicou que, na sua oferta pública de aquisição de ações (OPA), a controladora, a EDP Energias de Portugal, comprou 185 milhões de ações ordinárias, representando cerca de 32% do capital social total, conforme aviso aos acionistas.
A controladora da EDP pagou um preço-médio de R$ 23,73 totalizando o valor de R$ 4,394 bilhões.
Com a OPA da EDP, haverá cancelamento de registro de companhia aberta na categoria A e conversão para categoria B e saída do Novo Mercado da B3.
Com a liquidação do leilão, que ocorrerá em 14 de julho, restarão em circulação (free float) 55,6 milhçoes de ações ENBR3, que representam 9,58% do capital social da companhia.
Ou seja, a EDP de Portugal fica com cerca de 88% da empresa.
Entenda por que a EDP Brasil fez brilhar os olhos de CEO português
A EDP movimentou o mercado em março ao realizar a oferta para fechar o capital da EDP Brasil a R$ 24 por ação, representando um prêmio de 22% em relação ao preço de fechamento da véspera.
A visão da gestão é de que a operação da EDP no Brasil é atrativa e que ‘o melhor que a controladora pode fazer é simplesmente comprar’.
No acumulado de 2022, o Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da operação da rede elétrica no Brasil representou € 615 milhões, ante € 427 milhões vistos no ano anterior.
Com isso, dentro da operação elétrica da companhia, o Ebitda gerado pela EDP Brasil ultrapassou os € 533 milhões gerados pela operação portuguesa – que ficou estável e próxima dos € 530 milhões.
Durante o EDP Capital Markets Day o CEO da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade, foi enfático em dizer que ‘não há dúvidas de que a empresa quer se manter operando no Brasil’.
“Acho que o nosso comprometimento é muito grande com o Brasil. Já passamos por muitos e muitos ciclos e continuamos vendo boas perspectivas de crescimento. Essa é a maior evidência que estamos apostando nos ativos no Brasil”, disse.
A controladora de Portugal deve manter a presença no Brasil e, ao fechar o capital da EDP Brasil, realizar mudanças de portfólio.
Segundo o CEO, o foco será mais em alterar o mix de portfólio do que efetivamente a exposição ao Brasil em si.
“Sobre o Brasil, acho que não há ambiguidade em nossa posição. Temos compromisso com o país há muitos anos. Estamos vendendo uma central de carvão e vendemos uma central hídrica no ano passado, e eventualmente venderemos alguns ativos no Brasil. Faremos uma concentração do portfólio focando em renováveis, redes e clientes, e com certeza continuaremos no país”, disse.
Além disso, durante a coletiva de imprensa, Miguel destacou que a rentabilidade futura é promissora e que a EDP está levantou capital junto a investidores internacionais – incluindo o Fundo Soberano de Cingapura – para fechar o negócio.