A EDP Brasil (ENBR3) registrou lucro líquido de R$ 522,8 milhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 5,4% em relação a igual intervalo do ano passado. Com ajustes, o lucro líquido da empresa somou R$ 320,7 milhões, alta de 20,4%, segundo resultado financeiro arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite desta quarta-feira (4).
Entre janeiro e março, a receita operacional líquida da companhia foi de R$ 2,108 bilhões, crescimento de 11% em relação ao mesmo intervalo de 2021, conforme dados do resultado da EDP.
O Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda, da sigla em inglês) ajustado cresceu 31,9% no trimestre, para R$ 1,064 bilhão. Sem os ajustes, a companhia registrou lucro de R$ 1,266 bilhão, alta de 20,8%.
A dívida líquida da EDP no 1T22 aumentou 27,6% no trimestre, em base anual de comparação, para R$ 10,052 milhões.
Segundo a empresa, o segmento de transmissão foi um dos destaques do período, especialmente pela conclusão do Lote 21 do leilão 005/2016, em Santa Catarina.
O projeto foi concluído com seis meses de antecipação proporcionando uma Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 208 milhões, resultando em receita antecipada de R$ 143,1 milhões, segundo o balanço da EDP.
Em janeiro, a companhia iniciou a operação comercial do primeiro trecho do Lote 18, do leilão nº 005/2016, entregue com sete meses de antecedência em relação ao prazo regulatório e garantindo uma RAP de R$ 111,8 milhões.
A empresa também destacou que, em fevereiro, assumiu o controle da antiga Celg T, que passou a se chamar EDP Goiás. O novo negócio representa oportunidade de retorno aos investimentos com risco controlado.
A companhia realizará um aporte de R$ 200 milhões no Estado até 2023 e já anunciou a primeira obra, em março deste ano, com a ampliação e modernização da subestação Itapaci, que receberá um investimento da ordem de R$ 50 milhões.
Conforme mensagem da administração da empresa escrita pelo presidente, João Marques da Cruz, “2022 é um ano ambicioso para a EDP Brasil, de foco constante na implementação da nossa estratégia e resultados”.
“Nosso foco em redes se fez presente”, disse, citando a incorporação da EDP Goiás (ex CELG-T), a entrada em operação da EDP Transmissão Aliança e EDP Transmissão SP-MG. “o investimento em Distribuição foi de 2,8 vezes a depreciação total (2,8x Capex/QRR), o que demonstra o compromisso da companhia com um serviço de qualidade, além de nos anteciparmos ao processo de liberalização do mercado energético”, disse, no documento.
Influência de tarifas no resultado da EDP
Segundo as informações do release de resultado da elétrica, a última linha do balanço veio ‘estável’ por conta dos reajustes tarifários das distribuidoras, ocorridos em 2021, com efeito médio percebido pelo consumidor de 12,39% na EDP SP e de 9,75% na EDP ES.
Além disso, a empresa relata os seguintes efeitos:
- Do maior reconhecimento de VNR (mais R$ 46,4 milhões), resultante do aumento do IPCA de 11,3% no acumulado de 12 meses entre os períodos comparados
- Do Mecanismo de Venda de Excedente (MVE), ocorrido em dezembro de 2021 para o ano de 2022, com preço de venda R$ 286 na EDP SP e R$ 281 na EDP ES
- Do aumento de 1,3% no volume de energia distribuída, refletindo recuperação da atividade econômica no setor comercial e residencial, maior número de dias médios faturados e expansão do número de clientes
A companhia, ao fim de março, tinha uma dívida bruta de R$ 12,8 bilhões, alta de 20,7%, desconsiderando as dívidas dos ativos não consolidados, que representaram R$ 1,3 bilhão.
Desempenho de ENBR3
Nos últimos 30 dias as ações da EDP, negociadas sob o ticker ENBR3, caem 10%. Os papéis da empresa sofreram influência da prévia operacional, divulgada na metade de abril.
Desde o início do ano, contudo, a EDP sobe 4,5%. Além disso, a empresa sobe 17% nos últimos 12 meses.
Com informações do Estadão Conteúdo