A EDP Brasil (ENBR3) informou que a CVM aprovou na segunda-feira, 21, a conversão do registro de categoria da companhia para categoria “B”. Com isso, as ações de emissão da empresa deixam de ser negociadas na B3.
A empresa relembra, em fato relevante, que possui uma assembleia geral extraordinária (AGE) marcada para 30 de agosto na qual será definida a proposta de resgate compulsório das 22,8 milhões de ações da EDP que ainda estão em circulação no mercado.
Caso o resgate compulsório seja aprovado em AGE, a empresa informa que serão resgatadas até a totalidade das ações ordinárias da EDP remanescentes em circulação detidas por acionistas que se encontrarem inscritos nos registros no final do dia 29 de agosto deste ano.
EDP reportou prejuízo de R$ 222,7 mi no 2T23
A EDP reportou prejuízo líquido de R$ 222,7 milhões no segundo trimestre de 2023, revertendo lucro de R$ 381,1 milhões no mesmo período do ano passado. No acumulado do ano até junho, o lucro da empresa alcançou R$ 264,0 redução de 70,8% na mesma base de comparação.
Segundo a companhia, o resultado da EDP foi impactado pela reclassificação de todos os ativos e passivos de Pecém como ativo não circulante mantido para venda. Essa reclassificação teve um valor total de R$ 577,2 milhões.
A receita líquida da EDP somou R$ 3,562 bilhões, diminuição de 1,5% em comparação com o segundo trimestre de 2022. Já no semestre a receita somou R$ 7,307 bilhões, queda de 0,2%.
O Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda, da sigla em inglês) alcançou R$1,030 bilhões, montante 8,4% menor do que o observado um ano antes. De janeiro a junho o Ebitda da EDP alcançou R$2,391 bilhões, diminuição de 2,2%.
No período, o endividamento bruto ficou em R$ 12,4 bilhões, desconsiderando as dívidas dos ativos não consolidados, que representam R$ 1,2 bilhão. O custo médio foi de 13,55% ao ano, alta de 0,71 ponto porcentual (p.p.) em comparação aos 12,84% registrados em igual intervalo de 2022.
A dívida líquida da EDP ao final do período ficou em R$ 10,147 bilhões, praticamente estável em comparação com o primeiro semestre do ano passado. A alavancagem medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda dos ativos consolidados foi de 1,9 vez.
Controlador ‘abocanha fatia’ e fica com 91% das ações
Conforme fator relevante divulgado em 19 de julho, o controlador da EDP Brasil (ENBR3), a EDP de Portugal, passou a ter um volume de 530 milhões de ações.
Com isso, o controlador detém uma fatia de 91,2% das ações da EDP.
“As aquisições foram realizadas em decorrência da obrigação da Ofertante de estender a possibilidade de venda àqueles que não aderiram ao leilão da OPA durante o período de três meses seguintes ao leilão da OPA, conforme previsto no edital da OPA”, explica a EDP em seu comunicado.
Há dias atrás, a companhia havia comunicado que na sua oferta pública de aquisição de ações (OPA), a controladora, a EDP Energias de Portugal, comprou 185 milhões de ações ordinárias, representando cerca de 32% do capital social total.
A controladora da EDP pagou um preço-médio de R$ 23,73 totalizando o valor de R$ 4,394 bilhões.
Com a OPA da EDP, haverá cancelamento de registro de companhia aberta na categoria A e conversão para categoria B e saída do Novo Mercado da B3.
Com a liquidação do leilão, que ocorreu em 14 de julho, restarão em circulação (free float) 55,6 milhões de ações ENBR3, que representam 9,58% do capital social da companhia.
Ou seja, a EDP de Portugal ficou com cerca de 88% da empresa à época, antes dessa nova aquisição.
Com Estadão Conteúdo