A Pequena Central Hidrelétrica, subsidiária da EDP Brasil (ENBR3), arrematou nesta quinta (14) em leilão na B3 (B3 SA3) os ativos da estatal de transmissão de energia elétrica de Goiás Celg T por R$ 1,977 bilhão. A empresa foi vendida por um valor 80% superior ao preço inicial, de R$ 1,097 bilhão. Participaram do leilão a Isa Cteep (TRPL4), Cymi e a MEZ Energia.
Com a aquisição, a EDP Brasil passará a administrar um total de 755,5 quilômetros em linhas de transmissão e 11 subestações conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN), nos Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Elas garantem uma Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 238 milhões.
A privatização da Celg, controlada pela Companhia CELG de Participações (CELGPAR), ocorre cinco anos após a venda da área de distribuição da empresa para a Enel, e atraiu muitos interessados durante a fase de consultas e avaliações. Ao menos dez empresas chegaram a procurar os organizadores do certame para obter informações do ativo. A CPFL (CPFE3), por exemplo, chegou a considerar a aquisição, mas decidiu não participar da disputa.
Com a venda da área de transmissão para a EDP Brasil, a Celg T ficou apenas com os ativos de geração, que também devem ser privatizados em data ainda a ser definida. “Estamos avaliando o momento oportuno para que ela seja vendida. Estamos otimistas, mas tentando calibrar bem o momento”, comentou.
“Consideramos os dados operacionais como positivos enquanto a aquisição, apesar de fornecer potencialmente sinergias que podem ser exploradas, possui caráter mais dúbio em função do alto ágio pago pela companhia”, disse Ilan Arbetman – analista de research da Ativa Investimentos.
Aquisição da EDP será usada para pagar previdência
Após privatizar os ativos de transmissão de energia da Celg Par por R$ 1,977 bilhão em leilão realizado na B3, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), disse que utilizará o dinheiro para cobrir o déficit da previdência do Estado.
Segundo ele, o governo está trabalhando junto à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) para aprovar um projeto que isenta aposentados que recebem até R$ 3 mi da contribuição previdenciária. “O dinheiro será investido no déficit da previdência do Estado. Não temos mais tempo a perder com discussões que não trazem resultado à população”, disse ele.
Caiado disse, ainda, que sua gestão quer apoiar a iniciativa privada e não competir com ela. “Somos parceiros, e assim os tenho”. Assim, o governo vê a aquisição da EDP com bons olhos.
(Com informações da Agência Estado)