Nesta quarta-feira (20) o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu por cortar meio ponto percentual da taxa básica de juros brasileira, a Selic, fixando-a em 12,75% ao ano, e a XP Investimentos fez um relatório com as perspectivas dos gestores de fundos multimercados para os principais indicadores econômicos e como eles estão se posicionando.
A pesquisa foi feita entre os dias 15/09 e 16/09 e foram consultadas 17 gestoras de fundos Multimercados do tipo Macro.
No documento, foi levantado como consenso o corte de 0,50 ponto ocorrido ontem (20) e que a Selic deve terminar o ano a 11,75% a.a.
Em relação ao PIB de 2023, notou-se um forte crescimento em relação às consultas anteriores. Na mediana, os gestores dos fundos esperam um crescimento de 3% em 2023, contra o valor de 1% que era esperado em maio. Em relação à bolsa os gestores seguem 100% comprados em bolsa Brasil.
A pesquisa também apontou que as expectativas para a inflação em 2023 foram mantidas em 4,80%, embora o valor ainda permaneça consideravelmente acima da meta de 3,25% e da banda superior de tolerância (4,75%).
No câmbio, também ocorreu uma manutenção nas projeções até o final de 2023 – levando em consideração o patamar atual (R$ 4,86/US$), gestores acreditam na valorização do dólar contra o real até o final do ano, fechando 2023 no patamar de R$ 5,00;
Ao serem questionados a respeito das perspectivas de cenário tanto no Brasil quanto no mundo, é possível ver uma piora marginal em relação as pesquisas anteriores, quando grande parte dos gestores apontava para perspectivas negativas.
Já no Brasil, viu-se a continuidade de uma melhora significativa no cenário para a economia local em relação aos meses anteriores, atualmente 41% dos gestores se mostram positivos com o cenário local, o valor variou entre 8% e 10% nas pesquisas realizadas no início do ano, sendo que na pesquisa realizada em dezembro, nenhum gestor pontuou expectativas positivas.
Fundos Multimercados
Em linha com as perspectivas positivas para o cenário macro local, a pesquisa apontou um aumento expressivo nos últimos 3 meses na exposição ao chamado “kit Brasil”, posicionamento caracterizado por posições compradas em bolsa brasil, aplicada em juros, e apostando na valorização do real contra o dólar.
“As possibilidades de alocação dentro do portfólio de um fundo multimercado são amplas, pois o gestor não precisa se concentrar em nenhuma classe específica de ativos e também não está limitado a investir apenas no Brasil. Esta liberdade oferece ao gestor maior flexibilidade diante de diferentes cenários macroeconômicos”, diz o relatório.
Os fundos multimercados têm a vantagem de possuir mais instrumentos para operar nos diferentes mercados e podem ajustar mais facilmente as posições da carteira. Eles são os veículos estruturais que utilizamos para assumir riscos de forma diversificada, com baixa correlação com a Renda Fixa e a Renda Variável.
Por fim, o relatório conclui que os fundos multimercados macro apresentam uma abordagem dinâmica para a gestão de ativos, capaz de se adaptar a mudanças nas condições de mercado e perspectivas macroeconômicas.
“A flexibilidade e diversificação inerentes a esses fundos permitem aos gestores maximizar o retorno ajustado ao risco, aproveitando as oportunidades de mercado à medida que surgem. Estas características tornam os fundos multimercados uma escolha atraente para os investidores, que procuram obter retornos estáveis num ambiente de mercado cada vez mais complexo e incerto”, finaliza.