Os fundos de investimento tiveram mais saídas do que aportes de janeiro a setembro, totalizando R$ 84,6 bilhões de resgates líquidos. De acordo com o Boletim de Fundos da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), o resultado foi influenciado pelas classes de multimercados, ações e renda fixa.
Segundo a Anbima, apesar de os fundos multimercados terem retiradas líquidas de R$ 57 bilhões, o valor foi inferior ao registrado no mesmo período de 2022 (R$ 75,7 bilhões).
No acumulado deste ano, o tipo multimercado macro, que faz operações de diversas classes de ativos com base em cenários macroeconômicos de médio e longo prazos, foi responsável pela maioria dos resgates.
Enquanto isso, os fundos de ações registraram captação líquida negativa de R$ 39,5 bilhões – montante abaixo do mesmo período de 2022 (R$ 57,4 bilhões).
Os fundos de renda fixa ganharam fôlego no último trimestre, com captação líquida positiva de R$ 35,6 bilhões, mas não foi suficiente para reverter o acumulado do ano, que fechou com resgates líquidos de R$ 37,5 bilhões.
Segundo o vice-presidente da Anbima, Pedro Ridge, a renda fixa começou a ensaiar um movimento de retomada nos últimos meses. No ano, até o mês de agosto, essa classe ganhou mais de 950 mil novas contas.
“O fim do ciclo de alta da Selic e, consequentemente, os efeitos da política monetária na economia, com uma inflação mais controlada, influenciaram positivamente o desempenho da indústria”, afirmou.
Com relação aos fundos estruturados, os FIPs (Fundos de Investimento em Participações) se destacaram com captação líquida positiva de R$ 40,4 bilhões.
Os Fiagros, que completaram dois anos em mercado em agosto de 2023, estão em ascensão, puxada pela alta do agronegócio e pelo amadurecimento do produto. No ano, até agosto, a captação líquida foi de R$ 2,3 bilhões.
“Em breve, veremos um melhor desempenho dos estruturados, com a oferta de FIDCs para os investidores do varejo e também a regulação dos Fiagros, que deve ser divulgada pela CVM ainda este ano”, afirmou Rudge.
Fundos de renda fixa: rendimentos
Até setembro, quase todos os tipos de fundos de renda fixa tiveram retornos positivos entre 9,9% e 7,4%.
O destaque, com o maior percentual, ficou com o tipo duração alta soberano (tem na carteira títulos públicos com vencimentos mais longos).
Todos os multimercados fecharam no azul, com o tipo juros e moedas (buscam retorno no longo prazo via investimentos em ativos de renda fixa, com estratégias que impliquem risco de juros, risco de índice de preço e risco de moeda estrangeira) com 9,4%.
Além dos fundos, em ações, os tipos mono ações (só tem uma ação na carteira) e livre (sem compromisso com nenhuma estratégia) performaram melhor com 14,9% e 10,4%, nesta ordem.
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