A falta de acordo sobre a dívida da Editora Abril poderia levar a falência da empresa. As negociações ente os bancos credores e os empresários interessados em adquirir a editora não foram positivas.
Segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, fontes próximas as negociações informaram que a proposta de adquirir a dívida da Editora Abril não foi considerada suficiente pelos bancos. O grupo tem ma dívida que supera R$ 1,6 bilhão. Sem acordo entre bancos e empresários, o plano de recuperação judiciaria poderia ser rejeitado e decretada a falência da empresa.
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Os maiores detentores da dívida da Abril deverão aprovar, ou rejeitar, o plano de recuperação durante a assembleia convocada para o dia 19 de março. A maior editora de revistas da América Latina tem suas principais dívidas com o Itaú, Bradesco e Santander, além de outros credores. Além disso, tem R$ 90 milhões de dívidas trabalhistas com ex-funcionários.
Recuperação judicial
A Abril está em recuperação judicial desde agosto. E um dos maiores problemas desse processo é que a empresa tem uma dívida muito alta e poucos ativos.Eles se resumem basicamente ao prédio da gráfica em São Paulo e as marcas das revistas.
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Em dezembro de 2018 a família Civita, fundadora da Abril, vendeu sua participação no grupo para o empresário Fábio Carvalho. A operação foi realizada com o apoio do banco BTG, mas não resolveu a questão da dívida bancária. O ponto mais delicado para o futuro da Abril. Se nenhum acordo for alcançado com os principais credores, eles poderiam até tomar o controle da empresa. Ou, simplesmente, rejeitar o plano de recuperação judicial e levar a falência a Abril.
Se de um lado os bancos credores não querem ser responsáveis pela quebra da editora. Por outro lado, o corte das dívidas previsto nas propostas em discussão é muito relevante.
Três frentes de negociação
A negociação com os bancos é levada adiante por três grupos:
- Enforce, braço de recuperação de ativos do BTG
- Guilder Capital, em conjunto com um grupo de empresários
- Jive Asset Management, especialistas em empresas em crise
A proposta da Enforce prevê o pagamento de apenas 8% das dívidas. Entretanto, não inclui participação na venda posterior de ativos. A Enforce trabalha com Fábio Carvalho, e a proposta prevê que o empresário administraria a empresa. Por sua vez, o BTG utilizaria a base de clientes da revista “Exame”. O objetivo do banco é lançar uma plataforma de notícias financeiras partido da maior revista de economia do Brasil.
Por sua vez, a Jive apresentou uma proposta de pagamento de 3% do crédito, com a participação em 20% dos valores obtidos vendendo os ativos da empresa. Ao contrário, a Guilder Capital apresentou uma proposta que prevê o pagamento imediato de um valor simbólico de R$ 1.000, quitar as dívidas dos ex-funcionários com as vendas dos ativos e só depois pagar os bancos. Nesse caso, as instituições financeiras receberiam seu dinheiro de volta somente ao longo dos anos.
A proposta da Guilder é de longo prazo e teria o apoio de um grupo de empresários que quis se manter anônimo. O objetivo é criar uma fundação para recuperar e gerir a Editora Abril, garantindo assim sua independência jornalistica.