Ecorodovias (ECOR3) tem na BR-153 uma faca de dois gumes
O consórcio Eco153, composto pela Ecorodovias (ECOR3) e pela GLP, arrematou o trecho da rodovia BR-153/414/080, que liga Tocantins e Goiás, em leilão nessa quinta-feira (29). Na análise do Goldman Sachs, o porte do projeto implica em um risco de execução enquanto oferece uma oportunidade de criação de valor significativo.
O consórcio entre Ecorodovias e GLP ofereceu valor de outorga para o trecho no valor de R$ 320 milhões, superior aos R$ 117 milhões oferecidos pela rival CCR (CCRO3), a outra proponente. O leilão foi realizado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e pelo Ministério da Infraestrutura.
O contrato visa exploração por 35 anos, prorrogáveis por mais cinco, com aportes previstos em R$ 14 bilhões, sendo R$ 7,8 bilhões em investimentos e R$ 6,2 bilhões em custos operacionais.
Levou a concessão quem ofereceu o menor deságio ante os valores máximos de pedágio permitidos, R$ 0,12200/km para trechos homogêneos de pista simples e R$ 0,17081/km para trechos homogêneos de pista dupla. Sobre essas tarifas, poderiam ser oferecidos descontos de até 16,25%. Caso alcançassem a marca, levaria o ativo a oferta de maior outorga.
“Embora a adição de novos projetos ao portfólio seja positiva, destacamos o grande porte do projeto em relação ao valor de mercado da Ecorodovias, o que implica um risco de execução significativo, ao mesmo tempo em que oferece uma oportunidade de criação de valor significativo caso o projeto acabe sendo lucrativo”, avaliou o Goldman Sachs, em relatório assinado por Bruno Amorim, Joao Frizo e Osmar Camilo.
De acordo com estimativas do banco, a proposta vencedora implica em um valor presente líquido (VPL) negativo de cerca de R$ 313 milhões e uma taxa interna de retorno (TIR) desalavancada de aproximadamente 5,2%.
EcoRodovias sobe 4,5% após vencer leilão
A ação ordinária da EcoRodovias fechou o pregão desta quinta-feira com terceira maior valorização do Ibovespa, 4,55%, a R$ 12,18.
