A economia brasileira pode crescer 5% neste ano, afirmou a economista chefe do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte, nesta terça-feira (8), durante coletiva.
De acordo com Consorte, a economia brasileira se enquadra dentro do que ela classifica de ‘surreal’ dado que as economias centrais, especialmente a norte-americana, começam a se deslanchar enquanto a do Brasil ainda se encontra com algumas questões abertas.
A economista lembra que era esperado algum tipo de crescimento – e que a discussão estava em torno se a retomada seria em “V”, “W” ou “L”.
“Passamos 2020, durante muito tempo, discutindo qual seria o formato. Aí chegamos em 2021 com alguma recuperação, mas o questionamento do nosso time de economistas aqui no Ourinvest é sobre o quanto duradoura será essa recuperação’, pontuou.
Por um lado, o Brasil tem provado certa resiliência, disse. Porém o índice de mobilidade nesta segunda onda de Covid-19 foi muito superior a de 2020. Para ela, a economia está em uma situação em que a pandemia está mais acentuada e o índice de mobilidade não teve uma queda tão intensa.
“Me questiono se há uma resiliência da economia brasileira ou simplesmente não foram praticadas as medidas de isolamento – na medida que seria necessária e que, por isso, o Brasil não teve uma queda tão grande como no primeiro e segundo trimestre”, disse.
“Houve uma surpresa positiva na economia, mas o Brasil tem desafios enormes”
A economista reconhece que houve uma surpresa positiva por parte dos indicadores econômicos e que será possível o Brasil crescer 5% este ano se tudo continuar dando certo até dezembro.
“O Brasil tem desafios enormes, até diferente do resto do mundo. A forma como o País está tratando a pandemia, o atraso na vacinação em meio a terceira onda da Covid além do calendário de eleição se aproximando, ainda dá menos espaço para discussões de reforma”, ponderou.
Um crescimento de 2% em 2021 parece ser mais possível, aponta. “A gente vai crescer este ano 4%, 5%, mas sobre uma queda de 4% em 2020. A base de comparação no ano passado é muito baixa. Em 2022, devemos ter um cenário mais claro com um crescimento em torno de 2%”, finalizou a economista.
“O câmbio, resiliência da economia e aumento previsto das tarifas de energia elétrica com agravamento da crise hídrica que se avizinha levará a uma pressão adicional sobre a inflação, o que levará o Banco Central (BC) a aumentar a taxa básica de juros a 6% neste ano e a 7% em 2022, previu a economista do Banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli, hoje na coletiva de imprensa.
Cenário internacional
“Já no cenário internacional, há boas notícias – com forte recuperação no horizonte. A avaliação foi do ex-secretário de Comércio Exterior do antigo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços e atual estrategista de Comércio Exterior do Banco Ourinvest, Welber Barral.
“Esse otimismo no cenário internacional estão relacionadas, principalmente, aos Estados Unidos. O que nós vimos ao longo da semana passada foram dados positivos, mas não tão positivos como se esperava. Isso é interessante porque indica a continuidade dos estímulos monetários nos Estados Unidos”, disse o estrategista do Ourinvest durante entrevista coletiva.