Ebanx, startup de pagamentos, se torna novo unicórnio brasileiro

A startup curitibana Ebanx, que atua como uma solução à empresas estrangeiras a vender em território brasileiro com pagamentos em moeda local, será o novo unicórnio brasileiro.

Após receber o novo investimento do fundo norte-americano de private equity FTV, do Vale do Silício, a Ebanx será avaliada em mais de US$ 1 bilhão. Dessa forma, a empresa será o primeiro unicórnio da região Sul do Brasil. Essa é mais uma evidência de que o cenário das startups no País tem se consolidado, uma vez que praticamente todas as companhias inovadoras que são capitalizadas são do eixo Rio-SP.

De acordo com as informações divulgadas pelo jornal “O Estado de S.Paulo”, a companhia de Curitiba, no Paraná, que prevê o faturamento de US$ 150 milhões (cerca de R$ 612,20 milhões) este ano, crescimento de 50% frente ao ano passado. Por isso, decidiu utilizar o aporte estadunidense para acelerar suas operações na América Latina.

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“Apesar de já conseguirmos gerar caixa, percebemos que precisávamos de dinheiro para contratar equipe, fazer aquisições e seguir nossa expansão internacional”, disse Alphonse Voigt, cofundador e presidente-executivo da Ebanx.

O modelo de negócios consiste em cobrar uma comissão de 3% a 5% sobre cada pagamento processado – em 2018, foram US$ 1,5 bilhão em pedidos. A estimativa deste ano é de chegar a US$ 2,1 bilhões.

No começo deste ano, a Ebanx tinha aproximadamente 400 colaboradores. A previsão é de que encerre 2019 com o dobro. O volume de funcionários deve ser elevado por meio de aquisições. De acordo com Voigt, a startup deve concluir ao menos uma compra até o final do ano no segmento de processamento de pagamentos locais, área em que a Ebanx atua desde abril.

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“Hoje, os pagamentos locais são ainda uma parcela ínfima do nosso faturamento, mas vão se tornar grandes no futuro”, afirmou o executivo.

Ebanx foca na expansão latina

A captação do aporte divulgado nesta quarta-feira (16) fará com que a Ebanx dê uma atenção maior ao seu mercado na América Latina. No ano passado, 5% do faturamento sobre pagamentos processados veio da região latina. A meta para este ano é de 12%, e existe a estimativa de que até 2021 chegue a 20%.

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“Queremos ser uma empresa menos brasileira e latinoamericana, mais regionais do que nacionais. A meta é chegar a meio a meio para cada”, projetou o presidente executivo.

Atualmente, a companhia possui um pequeno escritório no Uruguai, além de funcionários no Chile, Argentina, México e Colômbia. É neste último país que a Ebanx quer inserir-se no processamento de pagamentos locais.

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“Uma startup precisa estar sempre em expansão. Apostar nos mercados latinos já digitalizados, ao menos nos grandes centros, pode ser mais fácil do que investir na digitalização do Brasil profundo”, explicou Guilherme Fowler, professor de Empreendedorismo do Insper ao “O Estado de S.Paulo”, “ao mesmo tempo, se expandir pelo continente é algo natural para as startups brasileiras”.

Simultaneamente em que olha para o mercado exterior, a Ebanx também se orgulha de ser um exemplo para as startups de Sul do Brasil. “Não ser do eixo nos torna um pouco diferentes. É muito legal, mas também é uma responsabilidade grande de puxar a fila”, afirmou Voigt.

Jader Lazarini

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