A Easynvest anunciou, nesta quarta-feira (13), a compra da Vérios, gestora de investimentos via robôs. A corretora, que atualmente possui cerca de R$ 25 bilhões sob custódia, quer aproveitar o forte movimento de crescimento do mercado de capitais no Brasil para fornecer soluções tecnológicas, uma vez que a ida do brasileiro à Bolsa é um “caminho sem volta”.
Em entrevista ao SUNO Notícias, o CEO da Easynvest, Fernando Miranda, disse que o crescimento e maturidade de um mercado não vem exclusivamente de uma classe de ativos ou de um produto. “Para ser sustentável e revolucionário, o crescimento deve vir de diversas frentes. O brasileiro indo à Bolsa é um movimento sem volta, mais confortável em assumir ativos de maior risco e com cada vez mais tecnologia”.
A Vérios foi a escolhida para cumprir esse papel na corretora. O gestora controla cerca de R$ 400 milhões, com uma tecnologia que terá cada vez mais espaço no futuro.
“Foi acompanhando as tendências lá fora que vimos o grande avanço do robo advisor, como com as gestoras Bergman e a Wealthfront que tem sucesso na tecnologia. Sentimos a necessidade de adicionar esse serviço aos clientes, os que desejam um investimento mais inteligente“, disse Miranda.
As conversas entre as empresas foram iniciadas em meados no ano passado, com o intuito de construção de uma parceria comercial. As conversas evoluíram e surgiu o acordo de compra nesta terça-feira — o valor não foi informado pelas companhias.
Segundo Felipe Sotto-Maior, o negócio foi possível porque “ambas as companhias trabalharam muito bem juntas. Existia um desafio de integração tecnológica bem grande, de resolver problemas e colocar as soluções no ar. Foi impressionante”. A Vérios foi fundada em 2012, e usa ferramentas como inteligência artificial e machine learning. A empresa utiliza um robô chamado Ueslei, conhecido entre os clientes da gestora.
“Há bastante tempo, sabíamos que seria necessário fazer parte de uma corretora para melhorar a vida dos nossos clientes em etapas como cadastro, atualização de dados, entre outras”, diz Sotto-Maior. “O que não fazia sentido era tentar criar isso do zero, e competir com empresas que já investiram tanto em tecnologia e inovação, como a Easynvest”, comentou Sotto-Maior em comunicado oficial.
Easynvest quer trazer mais segurança, praticidade e assertividade
Atualmente, a Easynvest possui dois modelos de clientes, segundo Miranda. O primeiro, chamado de hands-on é o cliente que gosta de realizar investimentos por conta própria, escolhendo a dedo. Para isso, ele precisa de uma vasta prateleira de produtos e serviços.
O segundo é o chamado hands-off, que é o cliente que gosta de terceirizar a tomada de decisão e precisa de um suporte maior nas escolhas sobre os próprios investimentos. Nesse sentido, a Easynvest tem procurado utilizar a tecnologia para propor carteiras recomendadas e disseminar a educação financeira através de diversos tipos de conteúdo, como uma espécie de “curadoria digital para facilitar a vida do investidor”.
De acordo com o comunicado oficial, entre os serviços oferecidos estão a ferramenta de comparação de fundos de investimento, referência em transparência no segmento, e a carteira inteligente, funcionalidade que analisa o perfil de risco dos clientes, distribui os recursos em até cinco classes de ativos e escolhe automaticamente os investimentos a cada nova transferência
A única tarefa que sobra para o cliente é poupar e enviar o dinheiro à corretora — a Vérios cuida de todo o resto.
A carteira inteligente, por sua vez, tem o foco no médio e longo prazo. O processo mistura produtos de renda fixa e renda variável, daqui do Brasil e dos Estados Unidos, além de títulos públicos do Tesouro Direto.
“É uma carteira relativamente simples, porém extremamente eficiente e rentável. As pessoas em geral não precisam de complexidade, mas sim de retorno e segurança”, diz o CEO da Easynvest, na nota enviada à imprensa.