“É essencial que o regime fiscal seja mantido”, alerta diretora do BC
A diretora de Assuntos Internacionais do Banco Central (BC), Fernanda Nechio, alertou nesta terça-feira (13), durante participação virtual em evento do UBS, sobre a importância de o Brasil manter o regime fiscal, ressaltando que o governo precisará voltar, após a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), à agenda de reformas econômicas.
Nechio citou ainda o pouco espaço fiscal no País durante a crise da covid-19. Além disso, lembrou que o Brasil adotou uma série de medidas na área econômica para combater os efeitos da pandemia, relembrando que o BC adotou medidas para prover liquidez no sistema financeiro.
Segundo a diretora do Banco Central, as medidas adotadas pela órgão e pelo governo vão favorecer a recuperação da economia. Por outro lado, há questões relacionadas aos efeitos da reversão das medidas adotadas pelo governo durante a pandemia, pontuou Nechio.
BC fala sobre a Selic e a inflação
Fernanda Nechio avaliou, ainda, que a Selic a 2,00% ao ano, sendo a menor da história do Brasil, “provê significativo estímulo à economia”. Além disso, a diretora do Banco Central também repetiu uma série de mensagens sobre política monetária contidas em documentos recentes do BC.
A inflação vista recentemente está muito relacionada ao tipo de recuperação da economia, concentrada em alguns setores, informou a diretora, citando ainda a depreciação das moedas de países emergentes, como o real do Brasil, que traz impactos para a inflação.
Apesar dos avanços mais recentes dos índices de preços, influenciados pelo câmbio e pelo avanço de produtos alimentícios, Nechio afirmou que a inflação no Brasil “tende a ser temporária e se dissipar”. Ainda assim, os dirigentes do BC continuam “muito vigilantes em relação à inflação”, declarou.
A diretora de Assuntos Internacionais do banco também avaliou que a desaceleração da globalização, passada a pandemia do novo coronavírus, é um risco para países como o Brasil, afinal, mudanças no comércio global podem trazer diversas consequências para os países.
Entretanto, essas mudanças no comércio global também trazem “algumas oportunidades” para o Brasil, ressaltou. Além disso, o País é um importante produtor de alimentos. “É possível termos algum ganho nisso”, afirmou Nechio.
Com informações do Estadão Conteúdo.