O governador de São Paulo, João Doria, afirmou nesta quarta-feira (24) que a privatização do Porto de Santo é inevitável. “Eu entendo que é inevitável e será boa para o Brasil e para toda a América Latina”, disse, em reunião com jornalistas estrangeiros no Palácio dos Bandeirantes.
De acordo com Doria, a privatização do Porto de Santos já está decidida pelo presidente Jair Bolsonaro. As condições e a estrutura do processo devem ser anunciadas pelo Ministério da Infraestrutura ainda no segundo semestre deste ano.
A decisão sobre o Porto de Santos ocorreu depois que o governo paulista anunciou a privatização do Porto de São Sebastião, no litoral norte do estado. “Faz todo sentido que o maior porto da América Latina seja privatizado”, defendeu o governador.
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Doria discutiu o assunto em reunião na terça-feira (23) com o presidente Bolsonaro. Também participaram do encontro o ministro da Economia, Paulo Guedes e da infraestrutura, Tarcísio de Freitas. A conversa aconteceu no Palácio do Planalto.
À China a negócios
João Doria fará uma viagem à China entre os dias 3 e 10 de agosto. O governador paulista ressaltou a importância capital do país asiático para o estado de São Paulo. O objetivo é tratar com o governo chinês sobre programas de desestatização.
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“Há bancos públicos e privados, além de empresa chinesas, interessados na desestatização no estado”, explicou. O governo estadual pretende passar à iniciativa privada rodovias, ferrovias, a hidrovia Tietê-Paraná, 23 aeroportos e parte do transporte fluvial de São Paulo.
Além disso, segundo Doria, há interesses chineses no agronegócio. São Paulo é responsável por mais de 20% da produção do setor no Brasil. Empresários acompanharão o governador na viagem com o objetivo de fechar parcerias já para o segundo semestre de 2019.
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Segundo o governador, a viagem é importante porque a relação presencial é algo valorizado pelos chineses. “Aumenta a confiabilidade quando você faz o negócio olhando nos olhos uns dos outros”, afirmou.
Escritório em Xangai
No dia 9 de agosto, será aberto um escritório comercial paulista em Xangai. “Isso demonstra claramente a importância da China no plano comercial de São Paulo”, disse o governador.
Segundo Doria, o escritório comercial terá a consultoria do diplomata e ex-embaixador brasileiro na China, Marcos Caramuru. Além do posto em Xangai, o diplomata já atuou como embaixador na Malásia, secretário de assuntos internacionais do Ministério da Fazenda e diretor-executivo do Banco Mundial, em Washington.