Com avanço da ômicron, Doria diz que estado de SP terá novas medidas restritivas
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou, em entrevista coletiva realizada em Monte Aprazível (SP) nesta terça-feira (11), que o estado de São Paulo terá novas medidas restritivas para eventos com grandes aglomerações. O objetivo, segundo ele, é conter o avanço da variante ômicron, com alta de casos no estado e em todo o país.
“Grandes aglomerações não são recomendáveis. O Comitê Cientifico do Estado de São Paulo já expressou essa deliberação. Amanhã teremos a coletiva de imprensa no Palácio com novas informações. Hoje à tarde o Comitê Científico se reúne e amanhã pela manhã nos passarão as informações recomendadas”, disse Doria.
Não há nenhuma indicação de restrições ao comércio e ao setor produtivo do agronegócio e da indústria, de acordo com Doria.
“Quero tranquilizar o comércio e o setor de serviços. Não há nenhuma recomendação de restrições que poderiam ser implementadas. Há sim cautela e uma recomendação expressa para que as pessoas usem máscaras todo o tempo. Usar máscara é estar protegido para essa quarta onda da ômicron. Portanto, a utilização de máscara é fundamental”, disse.
O governador ressalta que a variante Ômicron do coronavírus é a mais poderosa de transmissão da história e as novas medidas restritivas em SP pretendem combater o avanço da doença. “Conversei com alguns médicos infectologistas. Médicos com 40, 45 anos de profissão nunca viram e nunca tomaram conhecimento de uma cepa com a capacidade de transmissão como essa ômicron. Isso vai exigir, repito, um cuidado, atenção e acompanhamento diário”, disse Doria.
Entenda as novas orientações sobre quarentena de quem está com covid-19
Os pacientes com caso leve ou moderado de covid-19 seguirão agora novos protocolos de isolamento, adotados esta semana pelo Ministério da Saúde. Manter a pessoa infectada fora do convívio da sociedade é uma medida adotada desde o início da pandemia que segue pesquisas sobre o tempo que o paciente pode transmitir a doença.
Pelas novas recomendações do ministério, foram previstos três intervalos diferentes para o isolamento dos infectados. Os tempos passam a contar do início dos sintomas, e não da obtenção do resultado do exame positivo.
Isolamento de 5 dias
A pessoa só poderá sair do isolamento nesse prazo se no fim do quinto dia:
- Não estiver com sintomas respiratórios nem febre há pelo menos 24 horas;
- Não tiver utilizado antitérmicos há pelo menos 24 horas;
- Testar negativo com exames de PCR ou antígeno;
Mesmo se a pessoa testar negativo, é indicado continuar adotando medidas adicionais, como trabalhar de casa se puder, usar máscara em locais com pessoas. Se o indivíduo testar positivo, é necessário manter o isolamento até o décimo dia.
Isolamento de 7 dias
Ao fim de 7 dias, é possível sair do isolamento sem teste se o paciente:
- Não estiver com sintomas respiratórios nem febre por pelo menos 24 horas;
- Não tiver tomado antitérmico há pelo menos 24 horas;
Se os sintomas respiratórios ou febre persistirem no sétimo dia, o indivíduo deve seguir outras orientações. Caso a pessoa teste negativo no sétimo dia, pode sair do isolamento, desde que o exame seja de PCR ou antígeno e desde que aguarde 24 horas sem sintomas respiratórios ou febre e sem uso de antitérmico.
Isolamento de 10 dias
Se o teste der positivo no sétimo dia, a pessoa deve manter o isolamento até o décimo dia. Para sair da quarentena no décimo dia é necessário:
- Estar sem sintomas respiratórios e sem febre por pelo menos 24 horas;
- Não ter utilizado antitérmico por pelo menos 24 horas.
São Paulo cancela Carnaval de Rua 2022; blocos e Ambev (ABEV3) se manifestam
A prefeitura de São Paulo anunciou nesta quinta-feira (6) o cancelamento do carnaval de rua na cidade por causa do avanço da covid-19, após a chegada da nova variante Ômicron. Antes, três entidades de blocos de carnaval e a patrocinadora, a Ambev (ABEV3), já haviam se manifestados sobre o evento.
No documento do manifesto público, denominado como “Te Amo São Paulo, mas não vou fazer seu Carnaval…”, as entidades informaram que não iriam sair às ruas mesmo que a festa fosse autorizada. Por sua vez, a patrocinadora do evento, a Ambev, havia informado que a “saúde das pessoas deve vir em primeiro lugar”.
A manifestação das três entidades mais a Ambev, que havia oferecido à cidade R$ 23 milhões pelo patrocínio do evento, aconteceu antes mesmo da definição sobre o carnaval pela prefeitura de São Paulo.
O prefeito Ricardo Nunes anunciou a decisão final após a reunião com os representantes da Vigilância Sanitária e da Secretária Municipal de Saúde. Apesar do cancelamento, Nunes manteve os desfiles da escolas de samba de SP no Sambódromo do Anhembi, que devem acontecer nos dias 25, 26,27 e 28 de fevereiro. Mas os desfiles só poderão ocorrer se a Liga aceitar os protocolos sanitários e as novas medidas restritivas em SP a serem anunciadas.
Com Agência Brasil