A General Motors (GM) e o governo de João Doria têm um possível acordo que define investimentos de R$ 9 bilhões da montadora no Brasil entre 2019 e 2022.
As conversas entre GM e o governo de São Paulo fazem parte de um esforço da empresa de permanecer no País. Com os investimentos, espera-se que haverá aumento da arrecadação de impostos decorrente da elevação das vendas. Parte dessa alta será revertida à GM por meio de incentivos fiscais.
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Em reunião na segunda (28) com 70 fornecedores e o presidente da GM Mercosul, Carlos Zarlenga, o secretário da Fazenda e do Planejamento de São Paulo, Henrique Meirelles, descartou dar novos incentivos fiscais ao setor. A única exceção seria a devolução dos créditos de Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é garantido por lei.
O governo estadual de São Paulo já considerava prestar socorro financeiro à GM. O plano seria antecipar esses créditos para que a GM possa abatê-los imediatamente de impostos devidos. “É uma questão, em tese, viável, do ponto de vista de manutenção de emprego, renda e arrecadação futura de imposto”, afirmou Meirelles à Folha de S.Paulo.
A montadora americana enfrenta uma forte crise no Brasil. Apesar de liderar o mercado automotivo pelo terceiro ano seguido, a empresa teve prejuízo de aproximadamente R$ 1 bilhão no País em 2018.
Desde então, ela tem tentado obter incentivos do governo para continuar operando. A GM se reuniu com o prefeito de São Caetano para negociar a manutenção da fábrica na cidade. Em comunicado interno, a companhia disse aos funcionários que poderia abandonar as operações na América do Sul.
A tentativa de obter isenção de impostos, entretanto, barrou no governo federal. O secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa, chegou a dizer ao vice-presidente de Relações Governamentais da GM no Brasil, Marcos Munhoz, que a montadora precisasse fechar a fábrica no País, que fechasse.
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