Luiza Trajano, do Magazine Luiza (MGLU3), responde a Bolsonaro: “nunca fui convidada para ser vice”
A dona do Magazine Luiza (MGLU3), Luiza Helena Trajano, respondeu às críticas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em fala na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB). Na ocasião, a empresária afirmou que não será vice-presidente em uma possível chapa presidencial com Lula.
Além disso, a dona do Magazine Luiza também afirmou que não tem diálogos formais para concorrer ao cargo do Planalto e que é favorável à distribuição de renda – “se isso é ser socialista, eu sou socialista”.
“Eu não tenho o que falar. Eu nunca estive com o presidente Lula, nunca fui convidada para ser vice. Eu estou em todos os jornais como convidada por todos os partidos para ser vice-presidente. Porque parece que precisa de uma mulher, o perfil é uma mulher. […] Eu acho que a desigualdade deve ser combatida, se isso é ser socialista, então eu sou socialista. Sou empresária e sou a favor da distribuição de renda. Nunca me filiei a nenhum partido. Não recebi nenhum político formalmente”, disse Luiza Trajano.
Luiza Helena estava na Assembleia porque, no dia, recebeu título de cidadania paraibana pelos parlamentares da casa.
A fala se dá após o Presidente Jair Bolsonaro citar, indiretamente, Luiza Trajano em uma fala durante a manhã de segunda (22). “Tem uma mulher [empresária] que é socialista, que perdeu R$ 30 bilhões quando anunciou amor pelo ex-presidente Lula”, declarou Bolsonaro.
Luiza ganhou notoriedade neste ano após entrar para a lista de 100 pessoas mais influentes do mundo da revista americana Time, e Lula redigiu um texto para a publicação, parabenizando as iniciativas da líder do Magalu e sua “postura humanitária”.
Desde então, a discussão acerca de uma possível candidatura de Luiza Trajano vê ganhando fôlego – o que a empresária nega, afirmando que não deseja seguir carreira política.
Fala de Bolsonaro ocorre em meio às quedas do Magazine Luiza na bolsa
A declaração do presidente ironiza o fato de que as ações do Magazine Luiza caem em 64% no acumulado anual na bolsa de valores. Os papéis da varejista começaram 2021 cotados a R$ 25,21, mas são negociados a R$ 8,88 no intradia do pregão desta terça-feira (23).
Outras companhias do varejo, com a Via (VIIA3) e a Americanas (AMER3) também são penalizadas pelo mercado no acumulado anual.
A última derrocada do Magalu ocorreu após a divulgação do balanço da empresa, que divulgou seu balanço de terceiro trimestre com lucro 89,53% inferior na base anual, com queda nas vendas das lojas físicas, maiores despesas e margens mais comprimidas.
Segundo análise do Goldman Sachs, esse balanço foi uma “combinação formidável de pressões na cadeia de oferta e demanda, com maior competição e investimentos para o crescimento futuro”. Com as quedas e apesar do balanço, a casa manteve recomendação de compra para o Magazine Luiza, com preço-alvo para 12 meses em R$ 22,0.
Segundo a justificativa da própria empresa, houve desaceleração nas vendas devido à redução do poder de consumo dos brasileiros, impulsionada pela disparada da inflação e dos juros.
Além disso, de acordo com o balanço do Magazine Luiza, o percentual das despesas operacionais ajustadas em relação à receita líquida foi de 20,6%, um incremento de 1,1 ponto percentual comparado ao ano passado, devido à menor diluição das despesas nas lojas físicas e ao aumento das despesas de marketing no e-commerce.