A dona da Riachuelo, Guararapes (GUAR3), informou nessa terça-feira (11) durante teleconferência de resultados que está organizando o lançamento de seu marketplace para varejo no último trimestre desse ano.
A controladora da rede Riachuelo ainda projeta que até outubro desse ano, as operações de logística do ramo físico e digital estejam integradas, contando com apenas um só estoque para ambas as operações.
O presidente da Guararapes, Oswaldo Nunes explicou que “no marketplace, começamos com um pequeno número de vendedores e, a partir de 2020, abre para mais parceiros. Temos ainda previsão de investimento nisso em 2021″.
No Suno One você aprende a fazer seu dinheiro trabalhar para você. Cadastre-se gratuitamente agora!
O executivo ainda salientou que antes da crise, o projeto era investir em 2020 aproximadamente de R$ 600 milhões e 65% desse total vai para o braço digital.
Já o diretor financeiro do Grupo Guararapes, Tulio Queiroz, informou que “estamos satisfeitos, apesar do desafio operacional grande na reabertura. Em alguns momentos, tivemos que abrir e fechar as lojas, com limitadores. Até junho víamos diferença de performance entre dias de semana e no fim de semana nos shoppings, como local de destino [empreendimentos perderam força nos fins de semana]. Mas em julho isso veio mudando”.
Cabe ressaltar que entre julho e agosto, as vendas da companhia ficaram entre 87% a 90% das vendas no mesmo período de 2019.
Sobre as vendas on-line, Nunes disse que “houve um alto volume em maio e junho [venda on-line], mas em julho não foi percebida grande alteração. O volume recuou só 8%, vendemos 91%, 92% daquilo vendido em junho no on-line. A participação relativa tende a cair, mas ainda é bem relevante”.
O diretor financeiro considera que “há todo esse processo de melhoria na proposta de valor da empresa que vem desde o segundo semestre de 2019, e que foi ganhando tração no primeiro trimestre, quando a crise se instalou. Então, ‘players’ com marcas fortes e boas propostas de valor, num cenário que muita gente não voltou e talvez nem volte, esses performarão melhor. Os mais resilientes na crise ainda são casa, decoração, alguns itens para criança e as coleções para ficar em casa”.
Sobre o cenário atual, a companhia salientou que vê “um ambiente muito promocional, e não é diferente no nosso caso, mas na coleção verão, em novembro e dezembro, precisamos estar com coleção redonda. Já fizemos alguns ajustes nessa coleção, uma releitura do que tínhamos, pensando nisso, mas sabemos que parte do setor ainda vai estar promocional no verão. E aí é estar bem estruturado, bem posicionado para não precisar entrar numa onda nova de descontos agressivos no fim de ano”.
Além disso, Nunes destacou que “no quarto trimestre, com o consumo represado e com expectativa de maior confiança, pode ter uma conversão maior especialmente nessa moda mais simples. Nossa cadeia de suprimentos está funcionando normalmente, voltamos com as fábricas de forma mais forte, após a segunda quinzena de junho, para complementar a coleção que está nas lojas e preparar a próxima. Mas, para fim de ano, ainda vemos incertezas dentro ‘desse novo normal'”.
Resultados da dona da Riachuelo no 2T20
A Guararapes registrou um prejuízo de R$ 296,2 milhões no segundo trimestre deste ano. Com isso, a companhia reverteu o lucro apresentado no mesmo intervalo do ano passado de R$ 54,9 milhões. As informações foram publicadas pela empresa na noite da última segunda-feira (10).
Ao final de junho, 106 unidades ainda não tinham sido reabertas após a paralisação de operações devido à pandemia de Covid-19. Os canais digitais foram responsáveis por 46,1% das vendas no segundo trimestre, já que havia um maior número de pessoas em isolamento social. A margem bruta da dona da Riachuelo foi de 38,2%, frente a 50,3% no segundo trimestre de 2019.