Dólar tem sessão volátil, operando entre perdas e ganhos após leilão de overhedge

O dólar chegou a renovar a máxima a R$ 5,4454 (+0,39%) no mercado à vista, logo após o leilão de US$ 700 milhões em swap cambial para overhedge das instituições financeiras. Mas a moeda norte-americana virou para uma ligeira alta de 0,13% na tarde desta quarta-feira (29), chegando a R$ 5,438 às 14h48.

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“O leilão de overhedge tem efeito de baixa, mas não se sustenta pela alta do dólar lá fora e as incertezas fiscais no Brasil”, afirma o economista Alexandre Almeida, da CM Capital Markets.

Com isso, a moeda tem uma sessão volátil no dia de hoje, operando entre perdas e ganhos, mantendo a variação próxima da estabilidade.

“A moeda chegou a cair mais cedo, mas logo passou a subir, se ajustando à apreciação externa do dólar”, observa Almeida. “O dólar segue forte ante as moedas do G-10 e também frente a grande parte das divisas emergentes. A fala de dirigentes do Fed reforçando a defesa pelo início da retirada de estímulos em novembro influencia”, diz.

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O índice DXY, que compara a moeda a outras seis divisas, subia 0,61%, a 94,34 mil pontos, por volta das 14:27.

Pressão do Fed e incertezas internas

Nesta quarta, o presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na Filadélfia, Patrick Harker, disse que apoiaria o início do tapering (termo designado para a retirada de estímulos à economia) já em novembro e a conclusão do processo em meados de 2022.

Ainda que Harker não vote nas reuniões de política monetária do Fed este ano, a opinião do dirigente é compartilhada por outros membros votantes.

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Aqui, Almeida comenta que a deflação do IGP-M em setembro, o Caged bem melhor que o esperado e o superávit primário do setor público, contrariando expectativa de déficit, são boas notícias para o real.

Porém, ele afirma que as incertezas fiscais – com possibilidade de extensão do auxílio emergencial fora do teto de gastos e as indefinições sobre o novo programa social e o pagamento de precatórios -, além da estagnação de reformas no Congresso, apoiam um dólar mais forte ante a moeda brasileira.

“O que se discute agora é a alteração de impostos estaduais sobre combustíveis, mas não é questão simples. O mercado vai acompanhar com atenção, em cenário de inflação pressionada”, afirma.

Cotação do dólar nesta terça (28)

Na última sessão de terça-feira (28), o dólar encerrou o pregão em alta de 0,85%, negociado a R$ 5,42, maior valor de fechamento desde 4 de maio deste ano (R$ 5,4307).

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Com informações de Estadão Conteúdo. 

Monique Lima

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