Dólar consolidado em R$ 6 e Selic a 14,25%: veja projeções da XP

A XP divulgou novas projeções para a economia brasileira, ressaltando desafios na inflação e no câmbio, além das políticas monetária e fiscal. Segundo a casa, o dólar deve se consolidar em R$ 6, enquanto a Selic pode chegar a 14,25% ao final do ano que vem.

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A análise indica que, para estabilizar o ambiente macroeconômico, o país enfrentará questões como pressão inflacionária, desvalorização cambial e a necessidade de ajustes.

Veja a seguir algumas das principais projeções da XP para a economia brasileira:

Taxa Selic

Os economistas da XP avaliam que o Banco Central enfrentará um cenário cada vez mais desafiador devido ao crescimento das expectativas de inflação.

Para conter esse movimento, a casa projeta que o Copom deverá adotar uma postura mais agressiva, elevando a taxa Selic em 1 ponto percentual na próxima reunião, para 12,25%.

No cenário traçado, a Selic alcançará 14,25% até o final de 2025, com possíveis cortes somente no fim do mesmo ano, caso a inflação volte a convergir para a meta.

Inflação

A XP projeta que a inflação encerrará 2024 em 5,0%, subirá para 5,2% em 2025 e recuará para 4,5% em 2026.

A desvalorização cambial, a alta nos preços de alimentos e a recuperação dos salários reais são apontados como os principais impulsionadores.

Câmbio

A previsão da casa é de que o dólar encerre 2024 cotado a R$ 6,00, caia para R$ 5,85 em 2025 e retorne ao patamar de R$ 6,00 em 2026.

O cenário reflete preocupações fiscais, incertezas políticas e fatores externos, como os preços das commodities e o ambiente econômico internacional.

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A análise destaca também um aumento no déficit em transações correntes, embora superávits comerciais relevantes sejam esperados, com US$ 67 bilhões projetados para 2024.

Crescimento Econômico

O crescimento do PIB, que deve atingir 3,5% em 2024, tende a desacelerar para 2,0% em 2025 e 1,2% em 2026, segundo as projeções da XP. Apesar disso, o mercado de trabalho deve continuar robusto, com taxas de desemprego nos menores níveis desde 2012.

Contas Públicas

A XP prevê déficits fiscais crescentes: R$ 46,8 bilhões em 2024 (0,4% do PIB), R$ 88,3 bilhões em 2025 (0,7% do PIB) e R$ 114,2 bilhões em 2026 (0,8% do PIB).

A relação entre a dívida bruta e o PIB deve aumentar, alcançando 78% em 2024, 82% em 2025 e 85,6% em 2026, de acordo com a casa.

A XP aponta que, embora medidas de corte de gastos tenham sido anunciadas, elas ainda são insuficientes para assegurar a sustentabilidade fiscal no médio prazo.

Perspectivas

Com desafios que envolvem inflação alta, real se desvalorizando frente ao dólar e déficits fiscais crescentes, o cenário traçado pela XP reforça a necessidade de ajustes rigorosos para estabilizar a economia brasileira. As projeções sinalizam um caminho complexo, mas ainda com oportunidades, especialmente em meio à resiliência do mercado de trabalho.

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Guilherme Serrano

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