O dólar desacelerou seus ganhos após registrar máxima a R$ 5,606 no mercado à vista, às 13:25 desta terça (26). Os investidores estão de olho nos indicadores econômicos do País e atentos a retomada da moeda norte-americana frente outras divisas no exterior.
Às 14:05, o dólar comercial avançava 0,61%, cotado a R$ 5,589 na venda. Já o dólar futuro subia 0,62% no mesmo horário, valendo R$ 5,596.
O gerente da mesa de derivativos da corretora Commcor, Cleber Alessie Machado Neto, diz que o dólar hoje está “de lado” no exterior, mas sobe ante o real e parece ter ocorrido uma acomodação depois de se aproximar dos R$ 5,60.
No exterior, as moedas emergentes reduziam os ganhos, registrando aumento de 0,16% no índice DXY, enquanto a divisa norte-americana zerou as perdas contra rivais de países ricos.
Os dados de vendas de casas novas em setembro nos EUA trouxe alívio sobre a atividade norte-americana, mas não é um dado necessariamente inflacionário e pode ter induzido alivio da alta do dólar ante o real, avalia o gerente.
Para Machado Neto, a reprecificação da Selic para cima pode estar ajudando a moeda norte-americana a não subir tanto. O mercado de câmbio faz um ajuste técnico à alta dos juros, que precifica a taxa Selic a ser divulgada amanhã.
A divulgação do IPCA-15 de outubro acima do consenso e no maior valor para o mês desde 1995 pressiona o mercado de juros, que volta a sentir pressão com as taxas de curto prazo. Contratos futuros na B3 (B3SA3) apontavam juro médio de quase 10% já no começo de 2022, bem acima dos 6,25% de agora.
O gerente da corretora Commcor aponta que o cenário inflacionário global e de piora da área fiscal interna podem limitar o potencial de carry-trade (aplicação financeira que consiste em tomar dinheiro a uma taxa de juros em um país e aplicá-lo em outra moeda, onde as taxas de juros são maiores) mais atrativo do real.
Última cotação do dólar
Na última sessão, segunda-feira (25), o dólar encerrou o pregão em queda de 1,27%, negociado a R$ 5,55.
Com informações do Estadão Conteúdo.