O dólar disparou nesta quinta-feira (21), com a moeda norte-americana encostando em R$ 5,67, na máxima, no mercado à vista, e superando os R$ 5,68 no mercado futuro. O mercado precifica no câmbio a preocupação de que o governo fure o teto de gastos e abra caminho para um maior déficit fiscal.
Às 14:25, o dólar comercial subia 1,69%, cotado a R$ 5,655 na venda. Os juros futuros acompanham o câmbio, com o DI janeiro 2025 subindo 45 pontos-base, a 11,35% ao ano, após ganhar mais de 60 pontos-base no pior momento do dia.
A reação forte do mercado vem depois do ministro Paulo Guedes chancelar a investida do governo federal de aumentar o Auxílio Brasil para R$ 400, ainda que seja necessário furar o teto de gastos.
De acordo com o ministro, se for o caso, a medida demandaria uma “licença para gastar” cerca de R$ 30 bilhões. Guedes, entretanto, disse que o governo ainda avalia opções como mudanças na regra constitucional do teto de gastos para acomodar o custo do benefício social.
Com isso, a alta do dólar acompanha o mau humor do mercado, que precifica os custos dessa medida para as contas públicas e o cenário macroeconômico.
E o exterior tampouco ajuda. Lá fora, bolsas de valores e de moedas emergentes também apresentam quedas, em meio aos temores relacionados ao mercado imobiliário chinês, com nova derrocada da incorporadora Evergrande em resolver sua situação financeira.
No mais, dados de auxílio-desemprego nos EUA vieram melhores que o esperado, corroborando com as expectativas de corte de estímulos nos EUA, o que teoricamente prejudicaria ativos de mercados emergentes, caso do real.
O Dollar Index (DXY), que mede a variação do dólar ante seis outras moedas, subia 0,10% às 14:33, chegando aos 93,65 mil pontos.
Última cotação do dólar
Na última sessão, quarta-feira (20), o dólar encerrou em queda de 0,59%, negociado a R$ 5,56.
Com informações do Estadão Conteúdo.