O dólar acelerou os ganhos depois de abrir em queda nesta quinta-feira (7), voltando a superar os R$ 5,50, impulsionado pelas incertezas internacionais e os riscos locais.
Às 14h15, o dólar comercial avançava 0,53%, a R$ 5,515 na venda, e foi a R$ 5,529 na máxima do dia. Na B3 (B3SA3), o dólar futuro subia 0,32%, a R$ 5,534.
A moeda norte-americana chegou a operar em baixa no começo das negociações, indo a R$ 5,474 na mínima, prolongando o alívio da véspera, quando o Senado dos EUA deu sinais de estar perto de um acordo temporário para evitar calote da dívida federal.
Autoridades norte-americanas importantes têm alertado para a importância de elevar o teto de endividamento antes de o país ficar sem dinheiro, mas parlamentares republicanos têm demonstrado resistência em flexibilizá-lo. Uma das propostas de solução veio do republicano Mitch McConnell, que sugeriu ao partido uma extensão do teto até dezembro.
O operador Hideaki Iha, da corretora Fair, avalia que, apesar do acordo, os investidores seguem cautelosos em vista da inflação pressionada pelo preço alto da gasolina, também nos EUA. Além disso, a possibilidade de início da retirada de estímulos, previstos para breve, também é motivo de atenção.
O índice DXY, que avalia o dólar contra uma cesta de seis moedas, tinha variação negativa de 0,08% às 14:17.
Risco Brasil para o real
Por aqui, “o investidor deve seguir acompanhando discussões em torno das mesmas pendências das últimas semanas em Brasília”, disse em nota Victor Beyruti, da Guide Investimentos, em referência a PEC dos Precatórios, a Reforma do Imposto de Renda e ao debate em torno do aumento do Bolsa Família.
A falta de recursos sob o teto de gastos brasileiro tem sido fator constante de preocupação para os investidores locais, e foi apontada pelo Citi como o principal fator para os patamares subvalorizados do real.
Na quarta-feira (06), o banco alertou que a moeda brasileira pode ficar mais vulnerável conforme o ambiente internacional favorável para moedas de mercados emergentes vai ficando para trás. A previsão é que o real encerre este ano em R$ 5,47 por dólar.
Na manhã de hoje, o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, fez uma nova defesa da regra do teto de gastos e repetiu que o governo busca compatibilizar o pagamento dos precatórios com o cumprimento da regra fiscal.
Cotação do dólar nesta quarta (6)
Na véspera, o dólar fechou com variação positiva de 0,02%, a R$ 5,485 na venda.