Dólar sobe e futuro volta para R$ 5,00 em meio a dados fracos da China
O dólar nesta terça-feira (15) se mantém em alta ante o real e outros pares emergentes ligados a commodities. O dólar futuro para setembro avança à casa de R$ 5,00, enquanto a cautela dos investidores perdura em relação aos indicadores de atividade fracos na China e Europa.
No Brasil, o impasse persiste na Câmara sobre a votação da pauta de reformas no Congresso, principalmente as mudanças na proposta de arcabouço fiscal feitas pelo Senado.
Notícias do Brasil que caem sobre a cotação do dólar hoje
O anúncio de aumento no preço dos combustíveis pela Petrobras (PETR4) também se destaca: o da gasolina subiu para R$ 2,93 por litro nas refinarias, e o do diesel subiu para R$ 3,80 por litro. Em reação, o American Depositary Receipt (ADR) da Petrobras registrava leve queda de 0,3% no pré-mercado de Nova York, mas inverteu o sinal para avançar 3,11%.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve receber o relator do arcabouço fiscal na Câmara, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), às 14h. Como apurou o Estadão/Broadcast, líderes partidários já avaliam que a votação do arcabouço fiscal pelos deputados pode ficar para o fim do mês, o que atrapalharia os planos do governo na elaboração do Orçamento de 2024. O atraso pode ocorrer após ruídos gerados por Haddad, com sua declaração de que a Câmara estaria com “um poder muito grande”. O ministro ligou ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para conter os danos.
China e Europa: cenário de cautela no exterior
No exterior, o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) reduziu nesta terça várias de suas taxas de juros, em uma sinalização de que as principais taxas de empréstimos do país serão cortadas ainda neste mês. O PBoC tem reunião no próximo domingo e deve estabelecer taxa de juro de referência (LPR), que está para 1 ano em 3,55% e para 5 anos, em 4,2%.
Analistas do mercado têm afirmado, porém, que as reduções de juros não devem ser suficientes para garantir uma retomada no crescimento local. Os indicadores de produção industrial e vendas no varejo em julho vieram abaixo do esperado. Na Alemanha, o índice ZEW de expectativas econômicas subiu a -12,3 em agosto, ante previsão de -12,0. No Reino Unido, a taxa de desemprego avançou a 4,2% no trimestre até junho, acima da previsão (4,00%), mas a alta no salário médio semanal, excluindo bônus, acelerou a 7,8% nos três meses até junho, ante estimativa de crescimento de 7,3%.
O aumento dos salários amplia expectativas de aperto monetário pelo Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) em setembro, com consequente avanço do juro do bônus (gilt) do país. Na Rússia, o BC elevou os juros hoje, de 8,5% a 12,0% ao ano.
Às 9h31 desta terça, o dólar à vista subia 0,47%, a R$ 4,9886. O dólar para setembro ganhava 0,56%, aos R$ 5,0090.
Com informações de Estadão Conteúdo.