Dólar sobe 0,33% com exterior e política local no radar
O dólar opera com alta no mercado local nesta quarta-feira (21), e renovou máxima, a R$ 5,2644 no mercado à vista. Além de precificar os ajustes de alta moderados da moeda americana no exterior, o investidor local observa o presidente Jair Bolsonaro. Bolsonaro anunciou que haverá uma “pequena” mudança ministerial na segunda-feira (26). Em entrevista nesta manhã à Jovem Pan Itapetininga, o chefe do Executivo afirmou que os novos ministros foram escolhidos “com critério técnico”, sem dar mais detalhes.
Às 12h30 desta quarta, o dólar à vista subia 0,33%, a R$ 5,23. O dólar para agosto ganhava 0,67%, a R$ 5,2620. Em Nova York, o juro da T-Note de 2 anos subia a 0,1977%, ante 0,169% no fim da tarde de ontem; a taxa da T-Note 10 anos subia a 1,2343%, de 1,211%; e o retorno do T-Bond 30 anos estava a 1,8994%, ante 1,869%.
No exterior, o cenário é de alta firme do petróleo e do retorno dos Treasuries nos EUA, e ganhos moderados do dólar e dos futuros de Nova York, com otimismo discreto sobre a recuperação da economia apoiado em balanços corporativos bons no segundo trimestre e espera do início da apreciação pelo Congresso do pacote de infraestrutura de US$ 1 trilhão proposto pelo governo Biden.
Contudo, o movimento de recuperação das fortes perdas dos mercados americanos na segunda-feira ainda é limitado, segundo analistas, por preocupações com a disseminação rápida da cepa delta do coronavírus nos EUA. A variante delta é responsável por ao menos 80% dos novos casos de covid-19 nos Estados Unidos, afirmou ontem o epidemiologista Anthony Fauci.
Na cena política, segundo analistas do mercado, a percepção é de que, junto à queda de popularidade do governo e do presidente Jair Bolsonaro em pesquisas eleitorais, o mandatário elevou o grau de mau humor e de suas ameaças contra as eleições de 2022 por voto digital e seus ataques a políticos e ministros do STF, dificultando harmonia entre Poderes e andamento de reformas no Congresso.
A pressão contra Bolsonaro e seu governo aumenta também em várias frentes, como Congresso, entidades civis, centrais sindicais e até caminhoneiros, que voltam a discutir possível nova greve a partir de domingo. E o anúncio de mudança ministerial feito há pouco, segundo um operador que não ser identificado, pode ter como pano de fundo garantir apoio de políticos do Centrão no Congresso.
“Ativos de risco estão ensaiando dar sequência ao movimento de recuperação iniciado ontem, quando apagaram uma parcela das perdas registradas durante a correção na 2ªfeira. O mercado está voltando seu foco a mais uma bateria de balanços corporativos, deixando de lado maiores preocupações com o impacto de novos picos de contaminação por covid-19 sobre a recuperação da economia global”, info0rmou o relatório da XP Investimentos.
Última cotação do dólar
Na última sessão, terça-feira (20), o dólar encerrou o pregão em queda de 0,37%, negociado a R$ 5,23.
(Com informações do Estadão Conteúdo)