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Dólar sobe e bate R$ 5,55 com demanda de importador e exterior

Dólar- Foto: Pixabay

Dólar - Foto: Pixabay

O dólar retomou a alta e registrou nova máxima intradia, a R$ 5,5512 (avanço de 0,30%) no mercado à vista há pouco.

O diretor Jefferson Rugik, da corretora Correparti, afirma que a moeda se fortalece novamente em meio à demanda de importadores, após a queda à mínima a R$ 5,5187 mais cedo refletindo um desmonte de posições de tesourarias de bancos, principalmente pela forte possibilidade de mais um aumento de 1,5 ponto porcentual da Selic, a 10,75% ao ano na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de fevereiro, se a inflação não der trégua até lá.

Além do fluxo comercial negativo, o diretor atribui a retomada do ajuste de alta a um realinhamento do mercado interno à tendência do dólar lá fora, que já pesou na abertura dos negócios, quando o dólar à vista subiu a R$ 5,5402.

A sinalização do Copom é de que a Selic pode voltar ao patamar de dois dígitos, com nova alta “da mesma magnitude” no próximo encontro, em fevereiro – quando a taxa chegaria a 10,75% – deixando ainda a porta aberta para novos ajustes do mesmo tamanho ou diferente nas reuniões seguintes, a depender do rumo da inflação e das expectativas do mercado.

Na noite desta quarta-feira, o Copom fez nova elevação da Selic em 1,5 ponto porcentual, de 7,75% para 9,25% ao ano, como era esperado pelo mercado. Agora, a Selic está em seu maior patamar desde setembro de 2017, depois de o BC ter promovido, em 2021, o maior choque de juros em quase 20 anos.

Dólar tem influência do BoE e BCE

Alguns agentes de câmbio acreditam que a perspectiva de aumento do diferencial de juros interno ante as taxas praticadas no exterior pode atrair capital estrangeiro ao País, em cenário de possível adiamento da alta de juros pelo Banco da Inglaterra, de dezembro para fevereiro, por causa das incertezas com a variante Ômicron da covid-19.

Para Rugik, a promulgação da PEC dos Precatórios fatiada já foi precificada e tende a mexer com o dólar apenas se tiver algum problema na votação na Câmara dos Deputados na próxima terça-feira da parte que foi mudada pelo Senado.

Além disso, a moeda americana acompanha tendência de valorização da moeda americana no exterior por cautela com a variante Ômicron e com as reuniões de política monetária do Federal Reserve, Banco da Inglaterra (BoE) e Banco Central Europeu (BCE) na próxima semana no radar.

Ontem, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou novas restrições na Inglaterra para conter a nova cepa. E um estudo mostra que a Ômicron é 4,2 vezes mais transmissível em seu estágio inicial do que a delta

A queda frente o real é limitada pelo dólar forte no exterior. No radar dos investidores está ainda a declaração do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de que os deputados não têm “nenhuma obrigação” de aprovar a vinculação do espaço fiscal de R$ 106,1 bilhões em 2022 aberto pela PEC dos Precatórios ao Auxílio Brasil e a despesas previdenciárias, incluída pelo Senado.

Com informações do Estadão Conteúdo

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