Dólar sobe com aversão ao risco, mas desacelera com dados nos EUA
O dólar desacelerou a alta e registrou mínima a R$ 5,4399 na manhã desta quinta-feira (14). O ajuste ocorreu em meio à atualização das projeções econômicas internas pelo ministério da Economia e a divulgação do índice de inflação ao produtor (PPI) dos EUA de junho, que subiu 1,1% ante maio, acima da previsão dos analistas do mercado (+0,8% M/M) – mas seu núcleo teve alta de 0,3%, menor que as projeções (+0,5% M/M).
Após retomar sua alta, a cotação do dólar subia 1,39%, por volta 11h33, a R$ 5,494.
O IBC-BR de maio veio abaixo das medianas esperadas pelo mercado na margem e interanual.
A economia brasileira marcou o segundo mês consecutivo de contração em maio, conforme o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). O indicador caiu 0,11%, considerando a série livre de efeitos sazonais. Em abril, a queda havia sido de 0,64% (dado revisado hoje).
No radar dos investidores do dólar hoje também está o índice de atividade calculado pelo BC, que de abril para maio passou de 142,13 pontos para 141,97 pontos na série dessazonalizada. Este é o menor patamar desde fevereiro (141,62 pontos).
O resultado ficou abaixo da mediana das estimativas do mercado financeiro, positiva em 0,10%, na pesquisa Projeções Broadcast, mas dentro do intervalo das previsões, que iam de queda de 1,10% a alta de 0,90%.
Na comparação entre os meses de maio de 2022 e de 2021, houve crescimento de 3,74% na série sem ajustes sazonais. Esta série registrou 142,90 pontos no quinto mês do ano, o melhor desempenho para o período desde 2014 (147,14 pontos).
O indicador de maio de 2022 ante o mesmo mês de 2021 também ficou dentro do intervalo projetado pelos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam de avanço de 2,10% a 4,70%, mas aquém da mediana positiva de 4,00%.
No exterior, o valor do dólar se movimenta em meio aos impactos do susto com a inflação ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos bem acima do esperado em junho, enquanto aguardam a fala do diretor do Federal Reserve (Fed), Christopher Waller (vota).
Os preços do petróleo registram quedas firmes em Nova York e Londres, mas o dólar avança ante a maioria das divisas pelo mundo, inclusive ante as de países emergentes e exportadores de commodities. Os principais índices futuros da bolsa de Nova York ampliaram quedas após frustração com balanços do JPMorgan e Morgan Stanley.
O JPMorgan Chase, maior banco dos EUA, disse nesta quinta-feira que irá temporariamente suspender recompras de ações, como parte de esforços para recompor seu capital e cumprir exigências de testes de estresse.
A movimentação do dólar também ocorre em meio ao cenário local. Na noite desta quarta-feira (13), a Câmara aprovou em segundo turno a PEC que decreta estado de emergência no País para respaldar a concessão e ampliação de uma série de benefícios sociais às vésperas da eleição. Com custo de R$ 41,2 bilhões fora do teto de gastos, a PEC segue agora para a promulgação do Congresso Nacional.
Última cotação do dólar
O dólar terminou a sessão de ontem (13) em queda de 0,90%, cotado a R$ 5,418 na venda.
Com informações de Estadão Conteúdo