O dólar voltou a subir no início da tarde desta quinta-feira (14), após desacelerar pela manhã após o Banco Central (BC) promover oferta nova de swap cambial de até US$ 1 bilhão e vender 20 mil contratos.
Enquanto pela manhã a máxima foi a R$ 5,503 (-0,10%) no mercado à vista, há pouco o dólar comercial encostou R$ 5,529 (+0,26%). A economista Ariane Benedito, da CM Capital Markets, diz que o mercado ajusta posições cambiais, além do fortalecimento do dólar no exterior ante alguns pares emergentes do real, como os pesos mexicano, chileno e argentino.
“Após queda à casa dos R$ 5,46 com os leilões cambiais agressivos do BC ontem e hoje, tivemos dados dos EUA melhores que o esperado nesta manhã: Índice de Preços ao Produtor (PPI) e pedidos de auxílio-desemprego”, avalia Benedito, indicando fatores que influenciam o dólar hoje.
Nos Estados Unidos, os pedidos de auxílio-desemprego atingiram 293 mil na semana encerrada em 9 de outubro, enquanto a previsão dos analistas era de 319 mil pedidos. Desde março de 2020 não acontecia das solicitação serem menores do que 300 mil pedidos. Para os especialistas, é um indicativo consistente de que o mercado de trabalho americano está melhorando.
No mais, a inflação ao produtor medida pelo Índice de Preços ao Produtor (PPI) também veio levemente abaixo do esperado nesta quinta-feira. Setembro registrou uma alta de 0,5% frente a agosto e 8,6% no acumulado de 12 meses. Os economistas previam alta mensal de 0,6% e de 8,7% em 12 meses.
Após a divulgação do dado, o rendimento dos títulos do Tesouro americano recuaram.
O índice DXY, que mede o dólar frente outras seis moedas internacionais, apresentava variação negativa de 0,06% às 14:10, aos 94,02 mil pontos.
Já o dólar comercial subia 0,08% às 14:17, valendo R$ 5,513 frente ao real no mercado à vista.
Risco Brasil
Segundo a economista da CM Capital Markets, internamente movimenta o dólar o risco Brasil. “O mercado precifica, agora, grande preocupação com a inflação interna, após os resultados do setor de serviços em agosto. A alta já era esperada, mas os dados melhores de atividade causam impacto na inflação, com repasses de preços em cadeia, reforçando cautela”, diz.
O setor de serviços do País registrou sua quinta alta consecutiva em agosto, de 0,5%. Desde o início de 2020, o avanço já chega a 11,5%.
Além disso, a economista acredita que as intervenções mais fortes do BC no câmbio podem ser pontuais, para reduzir o impacto da taxa cambial sobre a inflação.
Para Benedito, a intervenção forte no câmbio para minimizar o impacto da alta do dólar frente ao real pode ser estratégia momentânea. “A ferramenta de política monetária do BC é o controle de juros para levar a inflação à meta em horizonte relevante”, declarou.
Cotação do dólar nesta quarta (13)
Na última sessão, quarta-feira (13), o dólar encerrou em queda de 0,51%, negociado a R$ 5,50.
Com informações do Estadão Conteúdo.