Dólar sobe a R$ 5,23 com cautela por cenário fiscal, IR e ruído político
O dólar à vista registrou máxima a R$ 5,2346 há pouco, na contramão da queda predominante da moeda norte-americana no exterior.
Por volta das 13h50, o dólar subia a 0,44%, negociado a R$ 5,21. O diretor Jefferson Rugik, da corretora Correparti, observa que a saída de investidor estrangeiros está dentro da regularidade habitual, mas há demanda de importador e de tesouraria de bancos, recompondo posições ainda preocupados com os nossos problemas fiscais, com a votação do projeto de reforma do Imposto de Renda na Câmara, prevista para hoje, e com ruídos políticos.
Ele cita o discurso do presidente Jair Bolsonaro, em cerimônia de assinatura de MP que autoriza venda direta de etanol, que volta a culpar governadores pelo preço alto dos combustíveis e a cobrança de ICMS.
“Interessa a governadores manter aquilo que cobram daquele combustível em ICMS”, afirmou Bolsonaro, que também acusou os vendedores de gás de se aproveitarem dos mais pobres.
Do lado fiscal, Rugik afirma que a retirada da regra de ouro na PEC dos precatórios incomoda o investidor, porque abre a porta para gastos públicos acima do teto.
A moeda americana acompanha a valorização externa do índice DXY, que compara o dólar ante seis moedas principais, e também do dólar frente a grande parte das moedas emergentes ligadas a commodities com investidores à espera do índice de inflação ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos em julho, após dados fortes do mercado de trabalho no país.
Os ajustes dos ativos locais podem estar precificando também cautela diante da proposta incluída na PEC dos precatórios, que acaba com a regra de ouro do Orçamento e libera o endividamento do governo.
Última cotação do dólar
Na última sessão, terça-feira (10), o dólar encerrou o pregão em queda de 0,96%, negociado a R$ 5,19.
(Com informações do Estadão Conteúdo)