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Dólar sobe 1,2% em meio à queda do petróleo e após cair quase 8% ante real

Dólar em alta no mês de junho: maior avanço desde o começo da pandemia, em 2020. Foto: Pixabay

Nota de dólar. Foto: Pixabay

Após oscilar sem direção única nos primeiros negócios, o dólar passou a subir e registrou máxima nesta segunda-feira (28) a R$ 4,80 no mercado à vista. O mercado de câmbio ajusta posições diante da alta do dólar ante pares principais e grande parte das divisas emergentes e ligadas a commodities no exterior. O mercado de câmbio realiza lucros também, após o dólar acumular perdas de quase 8% em março até a ultima sexta-feira, com relatos de ingressos de fluxo de capitais estrangeiros.

Às 11h20, o dólar hoje subia 1,28%%, a R$ 4,80. O dólar futuro para abril ganhava 0,75%, a R$ 4,7865.

Os investidores precificam discursos mais hawkish de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), apontando para possíveis altas mais agressivas de juros nos EUA nas próximas reuniões deste ano. Hoje, o presidente do Banco Central da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey, apontou choque inflacionário no país, com salto dos preços de energia e sinais de desaceleração do crescimento. “A inflação está ganhando força, em detrimento da produção. Nas atuais circunstâncias, é adequado apertar a política monetária“, afirmou.

Já o presidente do BC, Roberto Campos Neto, reiterou em entrevista neste domingo a mensagem de que o ciclo de aperto monetário vai terminar em maio, com a Selic a 12,75% ao ano. Ao programa Canal Livre, da Band, Campos Neto deixou, porém, a porta aberta para o BC voltar atrás na avaliação. “Se houver impacto da guerra, podemos mudar. Mas entendemos que 12,75% seria taxa capaz de levar a inflação à meta no horizonte relevante (da política monetária).”

Campos Neto disse também ontem que tem observado um fluxo alto de entrada de dólares no Brasil, o que favorece a valorização do real. E rechaçou mudanças no regime de metas, ressaltando ainda que as previsões de inflação aos próximos dois anos estão próximas à meta central.

Na semana passada, mesmo com falas hawkish dos dirigentes do Fed, operadores e economistas do mercado relataram que projeções de alta para a inflação interna e ingressos de capitais estrangeiros de curto prazo no País foram determinantes para a continuidade da queda do dólar frente o real, a despeito da intenção do BC local de parar o aperto monetário em maio.

Além disso, os investidores monitoram os sinais mistos dos futuros de Nova York, enquanto as Bolsas europeias seguem em alta em meio a expectativas por nova rodada de negociações entre Rússia e Ucrânia, nesta terça-feira.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou em uma entrevista a jornalistas russos independentes que Kiev está discutindo seriamente a adoção do status neutro em um eventual acordo com Moscou. O petróleo cai mais de 5%, reagindo também ao lockdown escalonado na cidade chinesa de Xangai a fim de controlar um surto local de covid-19. Com isso, a commodity devolve parte das fortes altas registradas na semana passada. Em março, a commodity acumula ganhos de mais de 15% e desde janeiro já subiu cerca de 48%.

Última cotação do dólar

Na última sessão, sexta-feira (25), o dólar encerrou o pregão em queda de 1,7%, negociado a R$ 4,74.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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