Dólar sobe 2,50% com cautela externa e proposta de combustíveis

O dólar opera em alta no mercado à vista nesta terça-feira (7), em meio a cautela no exterior e proposta sobre preço dos combustíveis no Brasil.

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Às 11h28 desta terça-feira, o preço do dólar à vista tinha alta de 2,50%, a R$ 4,952. O dólar futuro para julho tinha uma alta de 2,60%, a R$ 4,956.

A movimentação do dólar ocorre em meio ao ambiente de cautela com a inflação e atividade, em antevéspera de reunião do Banco Central Europeu (BCE) e a uma semana das decisões de política monetária do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Federal Reserve (Fed, BC dos EUA). Os investidores locais precificam ainda as medidas anunciadas pelo governo e o Congresso ontem à noite para tentar baixar os preços dos combustíveis, mas incomoda a falta de previsão oficial dos custos fiscais das propostas em ano de eleições.

Lá fora, o euro é pressionado para baixo ante o dólar hoje, após uma inesperada queda nas encomendas à indústria da Alemanha, que estimula busca de proteção nos bônus europeus e nos Treasuries, cujos preços sobem com respectivas quedas dos rendimentos.

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Com os dirigentes do Federal Reserve em período de silêncio, a uma semana da decisão de política monetária, o foco no mercado se volta para as sinalizações da reunião do Banco Central Europeu nesta quinta-feira e para o índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos.

O petróleo e juros dos Treasuries operam em baixa nesta manhã. Além disso, os investidores locais analisam as medidas anunciadas pelo governo e pelo Congresso, ontem à noite, com o objetivo de segurar os preços dos combustíveis no País.

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Internamente, sem um número oficial sobre o custo fiscal estimado das medidas anunciadas, que ficam fora do teto de gastos, os técnicos envolvidos na elaboração das propostas ouvidos pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) estimaram impacto de pelo menos R$ 40 bilhões, para compensar as perdas de arrecadação dos Estados e as renúncias fiscais de impostos federais (PIS, Cofins e Cide da gasolina e do etanol). O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), prometeu buscar consenso junto aos colegas senadores para viabilizar a proposta.

De modo geral, segundo analistas, há preocupação com a renúncia fiscal que o governo terá que fazer, mas os cortes de impostos podem ajudar a aliviar a inflação. Ontem, o governo federal propôs cortar impostos federais (PIS/Confins e Cide) sobre a gasolina em troca da aprovação do PLP 18, que coloca teto de 17% sobre o ICMS dos combustíveis. A União ainda faria um ressarcimento aos Estados pelo fim da cobrança de ICMS sobre diesel e gás de cozinha por meio de uma PEC. A PEC valeria até 31 de dezembro e seria bancada com receitas extraordinárias, mas o valor oficial não foi informado.

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A estrategista de inflação da Renascença, Andréa Angelo, calcula que a proposta pode retirar até 0,64 ponto porcentual do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2022.

O secretário de Fazenda de São Paulo, Felipe Salto, classificou como “uma brincadeira de mau gosto” a proposta do governo. Para o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, o plano carece de informações sobre seu custo e seu formato e, por isso, pode não agradar ao investidor de ativos brasileiros.

Última cotação do dólar

Nesta segunda-feira (6), o dólar fechou em alta de 0,38%, a 4,831 reais na venda, registrando sua primeira alta da semana.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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João Vitor Jacintho

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