Dólar sobe com medidas da China, petróleo e cautela local no foco
O dólar segue em alta na manhã desta sexta-feira (20). A demanda no mercado de câmbio volta a ser induzida pela valorização da moeda americana no exterior em meio cautela com novas medidas da China e persistente queda do petróleo, de quase 2% mais cedo, em Nova York e Londres.
Às 10h35, desta sexta-feira, o dólar á vista subia 0,80%, a R$ 5,4573. O dólar para setembro ganhava 0,54%, A R$ 5,4550.
Preocupações com uma piora fiscal nas contas do governo brasileiro pesam também. E operadores afirmam que não se sabe o que pode acontecer do lado político-institucional no fim de semana. No radar ficam o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, em evento online (16h), e o ministro da Economia, Paulo Guedes (17h).
A “indigestão” com o fundo que viria a ser criado pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos precatórios foi a principal temática da última reunião dos analistas do mercado financeiro com o Banco Central no trimestre. Alguns analistas avaliaram que tirar os precatórios do teto, com devido recálculo desde a origem, seria melhor do que ter o fundo para abater precatórios e eventualmente pagar um bônus social para os beneficiários do Bolsa Família.
E a crise institucional tem mais um capítulo. O presidente Jair Bolsonaro entrou com uma ação para impedir o Supremo Tribunal Federal (STF) de abrir investigação sem passar pelo Ministério Público Federal. A norma foi usada, por exemplo, para instaurar o inquérito das fake news que atingiu a rede bolsonarista e o próprio chefe do Executivo.
A ação foi enviada ao Supremo em meio a ameaças de pedidos de impeachment contra os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, que se tornaram alvos preferenciais do presidente desde que ele passou a ser investigado por acusar, sem provas, o sistema eleitoral do País.
No exterior, Pequim aprovou hoje uma lei de privacidade que vai restringir a ampla coleta de dados de usuários por companhias de tecnologia, segundo a agência de notícias estatal Xinhua.
Além disso, reguladores chineses estão considerando pressionar empresas do país a transferir a gestão e supervisão de seus dados para terceiros se quiserem lançar ofertas públicas iniciais (IPOs) de ações nos EUA, segundo fontes com conhecimento do assunto. Pequim acredita que deixar a tarefa a cargo de empresas de segurança terceirizadas, de preferência apoiadas pelo Estado, limitará a possibilidade de transferência de dados chineses para o exterior, afirmou uma das fontes.
” Os receios sobre a variante delta da covid, a postura do FED em relação a antecipar a redução dos estímulos e a repressão chinesa ao setor de tecnologia continuam pesando no humor dos investidores no exterior”, informou o relatório da Mirae Asset.
Na Europa, o euro e a libra recuam ante o dólar após alta anual da inflação ao produtor alemão em julho ao maior nível desde 1975, enquanto as vendas no varejo no Reino Unido frustraram as expectativas e caíram 2,5% em julho ante junho.
Última cotação do dólar
Na última sessão, quinta-feira (19), o dólar fechou em alta de 0,89%, negociado a R$ 5,42.
(Com informações do Estadão Conteúdo)