O dólar permanece em alta na tarde desta sexta-feira (10) com o mercado acompanhando os desdobramentos da situação política interna.
No final do dia de ontem o mercado reagiu positivamente após recuo do presidente da república, Jair Bolsonaro, frente aos ataques feitos contra o Supremo Tribunal Federal (STF) nas manifestações de 7 de setembro, e à notícia de que o ex-presidente, Michel Temer, auxiliou Bolsonaro nessa pacificação entre os poderes. No entanto, agora o mercado acompanha o desenrolar da crise política com a insatisfação dos apoiadores de Bolsonaro. O dólar hoje, às 12h42, subia a 0,50%, negociado a R$ 5,22.
Um dos principais líderes da greve dos caminhoneiros, Marcos Antônio Pereira Gomez, conhecido como Zé Trovão, está foragido no México e havia dito que iria se entregar às autoridades, porém, voltou atrás e decidiu que continuará em fuga, conforme informou a revista IstoÉ.
Com ordem de prisão expedida, Zé Trovão continua dando instruções para apoiadores de Jair Bolsonaro pelo Brasil, por meio das redes sociais. Um dos principais meios de comunicação é um canal do Telegram com mais de 24 mil seguidores.
Por outro lado, o presidente Bolsonaro voltou a pedir paciência a apoiadores um dia após a divulgação da carta. Hoje no Palácio da Alvorada o mandatário conversou com bolsonaristas e disse que a nota foi um aceno positivo para o mercado. “A Bolsa foi lá para cima e o dólar caiu.”
Além da política, o mercado acompanha os dados do varejo. O volume de vendas do varejo no País cresceu 1,2% em julho, na comparação com junho, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC). Trata-se da quarta variação positiva consecutiva do indicador.
De acordo com o IBGE, no ano, o varejo acumula um crescimento de 6,6% nas vendas e nos últimos doze meses, cresceu 5,9%. “Apesar do avanço, o movimento intrasetorial do comércio é muito heterogêneo. Algumas atividades ainda não conseguiram recuperar as perdas na pandemia”, analisa o gerente da PMC, Cristiano Santos.
Última cotação do dólar
Na última sessão, quinta-feira (9), o dólar despencou 1,85%, negociado a R$ 5,22 após Bolsonaro divulgar uma nota defendendo harmonia entre os Poderes.