Em uma semana marcada pelas perspectivas negativas para renda variável no Brasil, o dólar se valorizou, começando em R$ 5,10 e fechando a sexta (24) em R$ 5,16.
A valorização de 0,6% na cotação do dólar acompanha uma sequência de seis quedas consecutivas do Ibovespa, que registrou a sua pior semana desde março de 2023. Além disso os DIs subiram por toda a curva em alguns dos pregões mais recentes.
Luiz Felipe Bazzo, CEO do transferbank, destaca que a semana foi fortemente influenciada pela divulgação da Ata do FOMC – que deu o tom dos mercados na quarta (22), quando Wall Street registrou quedas expressivas.
“Na segunda-feira (20), o dólar comercial fechou perto da estabilidade, no início de uma semana que teve como destaque a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), e após economistas consultados pelo Banco Central na pesquisa Focus elevarem suas projeções para a taxa Selic”, explica.
O especialista acrescenta que falas de Roberto Campos Neto nos últimos dias também influenciaram a performance do câmbio.
“O dólar e os juros futuros passaram a subir com alguma intensidade nos últimos minutos de negócios, com os participantes do mercado atentos às declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e se antecipando à divulgação do relatório Focus, na segunda-feira, que pode exibir novo movimento de desancoragem das expectativas de inflação.
Dólar segue próximo dos R$ 5,15 apesar da alta
Diego Costa, head de câmbio para o norte e nordeste da B&T Câmbio, complementa destacando que apesar da alta, a moeda ainda não se distancia dos R$ 5,15.
“Sem mudanças significativas no cenário interno e externo, considerando que tudo o que foi observado em relatórios já vinha sendo verbalizado há algum tempo, tanto em relação à política monetária e fiscal local quanto à trajetória dos juros nos Estados Unidos”, comenta.
“Na Europa, o crescimento da Alemanha veio conforme o esperado, enquanto no Reino Unido as vendas no varejo caíram mais do que o consenso. Esse resultado na economia britânica reforça a ideia de que, no velho continente, os juros começarão a cair em junho”, acrescenta, sobre o dólar.
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