O dólar encerrou esta sexta-feira (30) em forte alta de 2,57%, aos R$ 5,210 na venda. Na sessão de hoje, o dólar praticamente zerou a queda acumulada em toda a semana, registrando uma variação negativa de 0,04%, depois de ter recuado, até quinta-feira, 2,51%.
O dia foi marcado por apreensão com os dados de desempregos no Brasil, revelados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e divulgados na manhã desta sexta. A taxa de desocupação no Brasil ficou em 14,6% no trimestre encerrado em maio, de acordo com os dados da , 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou ligeiramente acima da mediana das estimativas na pesquisa do Projeções Broadcast, de 14,5%, obtida a partir de um intervalo de 14,2% a 15,2%. No trimestre até abril, a taxa de desocupação estava em 14,7%.
Investidores avaliaram declarações do ministro Paulo Guedes como risco fiscal à vista. Guedes disse que o Orçamento do próximo ano prevê recursos de R$ 25 bilhões a R$ 30 bilhões para acomodar um pagamento de R$ 250 a até R$ 300 de benefício do programa Bolsa Família. Ele acrescentou que existe, porém, “fumaça no ar” sobre possíveis despesas extraordinárias no orçamento, que podem forçar alguma reprogramação.
Guedes comentou o assunto após o presidente Jair Bolsonaro reforçar que o governo deve apresentar até o início de agosto uma medida provisória (MP) reformulando programas sociais e que o benefício médio do novo Bolsa Família deve subir 50% ou mais, diante da inflação. Hoje, o Bolsa Família paga, em média, cerca de R$ 190 por família. Com 50% de reajuste, esse valor chegaria a R$ 285.
Temporada de balanços
Na semana, o mercado ficou atento à temporada de balanços corporativos, com divulgação de grandes empresas como Apple, Microsoft, Google e Twitter, além da decisão do Federal Reserve, banco central americano, sobre a política monetária dos Estados Unidos. Os investidores também acompanharam com cautela as notícias sobre o avanço da variante delta do coronavírus.
Diante disso, confira o desempenho da moeda durante a última semana de julho:
- Segunda-feira (26): O dólar caiu 0,70% e fechou negociado a R$ 5,17 com o mercado acompanhando as projeções do Boletim Focus
- Terça-feira (27): Em leve alta de 0,06%, a moeda fechou novamente aos R$ 5,17, em dia de mau humor global, com bolsas internacionais em queda
- Quarta-feira (28): O dólar volta a cair 1,31%, e fecha aos R$ 5,11 após discurso do Fed sobre decisão da política monetária norte-americana
- Quinta-feira (29): Novamente em queda, de 0,60%, a moeda fechou aos R$ 5,07 com mercado atento aos balanços corporativos
Notícias que movimentaram o dólar hoje
Veja algumas notícias importantes do último pregão do mês:
- Bolsas da Europa fecham em baixa, com menor apetite por risco
- Bolsas da Ásia fecham em queda com regulação da China e variante Delta
- IBGE: grande parte da alta do desemprego se deve à volta ao mercado de trabalho
Bolsas da Europa
As bolsas europeias fecharam em queda nesta sexta-feira, seguindo o clima geral de cautela nos mercados internacionais. O movimento teve início com mais um pregão negativo na Ásia, e se estendeu ao Velho Continente, onde investidores também acompanharam a temporada de balanços corporativos e a divulgação de indicadores importantes, incluindo o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre da zona do euro.
O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou o dia em baixa de 0,45%, aos 461,74 pontos.
O fechamento negativo das bolsas asiáticas, em meio a um cerco regulatório da China sobre o setor privado, contaminou a abertura do pregão europeu, que esperava por resultados corporativos de grandes empresas do continente.
Bolsas da Ásia
As bolsas da Ásia fecharam o último pregão da semana em queda generalizada, com predominância da incerteza em relação à variante delta e preocupação com possíveis regulações na China contra empresas de tecnologia.
Na China continental, o índice Xangai Composto recuou 0,7%, a 3.550,40 pontos, e o menos abrangente da Ásia, o Shenzhen Composto, caiu 1,4%, a 2.468,14 pontos. Ações de farmacêuticas lideraram as perdas.
No Japão, um feriado manteve os mercados fechados pelo segundo dia consecutivo e, portanto, o índice Nikkei não abriu.
“As ações asiáticas foram negociadas de forma lateral nesta sexta-feira, refletindo a volatilidade dos preços em Wall Street na sessão anterior”, disse o analista Anderson Alves, da ActivTrades, em um comentário sobre as bolsas da Ásia. “No entanto, as preocupações com a pandemia continuam pesando no mercado”, acrescentou.
Economia brasileira
Grande parte do aumento no número de desempregados na comparação deste ano com 2020 se deve a um movimento de volta dos trabalhadores ao mercado de trabalho, disse nesta sexta-feira Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mais cedo, o IBGE informou que o País tinha 14,795 milhões de desempregados no trimestre encerrado em maio, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), um aumento de 16,4% em relação a igual trimestre móvel de 2020. São 2,085 milhões de pessoas a mais na fila do desemprego, procurando trabalho.
Com isso, a taxa de desemprego passou de 12,9% no trimestre encerrado em maio de 2020 para 14,6% no trimestre terminado em maio último. O contingente de desempregados vem se mantendo nas máximas da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012.
Fechamento do câmbio hoje
Além do dólar comercial, confira a cotação das principais moedas hoje:
- Euro: +2,34% aos R$ 6,17
- Libra: +2,15%% aos R$ 7,23
- Bitcoin: -1,83% aos R$ 208.385,016
- Dólar turismo: +2,29% aos R$ 5,36
Cotação anterior do dólar
Um dia antes, o dólar encerrou a quinta-feira (29) em queda de 0,60%, a R$ 5,07.
Com informações do Estadão Conteúdo