O dólar ignora a queda no exterior e teve máxima a R$ 5,2545 no mercado à vista na manhã desta terça-feira (3), após breve queda na abertura com o exterior positivo.
Às 12h00 desta terça, o dólar à vista subia a 1,53%, negociado a R$ 5,2542, abriu a R$ 5,1762, na mínima. O dólar futuro para setembro tinha alta de 1,25%, a R$ 5,2620.
A moeda americana estressou com novos ataques do presidente Jair Bolsonaro ao ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Luis Barroso, e ameaças às eleições. O investidor olha ainda o ministro da Economia, Paulo Guedes, que disse que o número de precatórios chegou a R$ 90 bilhões. “Extrapolou possibilidade de reservas nossas”, afirmou.
Após a abertura de inquérito administrativo pelo TSE e o envio de notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra Bolsonaro pelas declarações infundadas de fraude no sistema eleitoral e ameaça à realização das eleições, Bolsonaro respondeu nesta manhã: “não aceitarei intimidações, não serão admitidas eleições duvidosas no ano que vem; o Brasil mudou, não aceitarei intimidações; vou continuar exercendo meu direito de cidadão”; e voltou a dizer que “o povo tem que estar armado”.
Na agenda, a produção industrial ficou estável em junho ante maio, na série com ajuste sazonal – abaixo da mediana das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que era positiva em 0,15%. As previsões iam de queda de 2,60% a alta de 1,20%. Em relação a maio de 2020, a produção subiu 12,00%, também menor que a mediana de 12,50% (intervalo alta 6,84% a 16,10%). A indústria acumula alta de 12,9% no ano de 2021. Em 12 meses, a produção acumula alta de 6,6%.
Além disso, o mercado acompanha também a divulgação do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a nova taxa de juros Selic que será anunciada na quarta-feira (4).
Para Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, o mercado trabalha em maior parte com a possibilidade de alta de 1% devido ao medo da inflação aumentar ainda mais. “A curva de juros já precifica 1%. Mas uma possibilidade é também o Banco Central manter a alta atual de 0,75% com a divulgação de uma ata mais dura”, diz.
“O mercado teme que a inflação não seja transitória e sim mais recorrente. E que isso traga para os preços uma alta significativa de preços em serviços e consumo. É importante destacar que se o BC não subir os juros a inflação pode virar mais permanente, o que não é bom para a economia brasileira”, comenta Jansen.
Última cotação do dólar
Na última sessão, segunda-feira (2), o dólar encerrou o pregão em queda de 0,86%, negociado a R$ 5,16.
(Com informações do Estadão Conteúdo)