Dólar reduz queda por cautela fiscal antes de Copom
O dólar desacelera a queda no mercado doméstico, por cautela fiscal. Com a brecha do teto de gastos, parlamentares querem R$ 16 bilhões para emendas do relator, além de aumento do fundo eleitoral para R$ 5 bilhões. Pesa também a incerteza se a PEC dos Precatórios será mesmo votada nesta quarta-feira, após adiamento ontem na Câmara.
Às 10h20, o dólar à vista caía 0,14%, a R$ 5,55 e o dólar futuro para novembro tinha viés de alta, a R$ 5,5720 (+0,03%).
Mais cedo, as perdas já eram moderadas, em linha com o viés de baixa do dólar no exterior. No radar está ainda a precificação da alta esperada para a Selic hoje, pela terceira vez seguida, para 1,5% ontem, a 7,75% ao ano, de 1,25 ponto porcentual na pesquisa de segunda-feira.
A expectativa é de que o Copom também deve ser mais duro no comunicado da reunião por causa da pressão inflacionária e sinais de piora das contas públicas neste ano e em 2022.
“A divulgação ontem do IPCA-15 em 1,20%, acima do esperado levou o investidor e economistas a repensarem na decisão da reunião do Copom, que acontece hoje sobre a Selic, principalmente após o ministro Paulo Guedes citar que quem combate a inflação e o Banco Central”, informou o relatório da Mirae Asset.
Os investidores monitoram ainda os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados mais cedo. A taxa de desocupação no Brasil ficou em 13,2% no trimestre encerrado em agosto, exatamente no piso das estimativas na pesquisa do Projeções Broadcast, que tinha intervalo entre 13,2% e 13,7%, com mediana de 13,5%.
Em igual período de 2020, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 14,4%. No trimestre móvel terminado em julho, a taxa de desocupação estava em 13,7%.
Mas, a renda média real do trabalhador somou R$ 2.771 no trimestre encerrado em agosto, ficando 10,2% inferior em relação a igual período do ano anterior, e a massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 219,2 bilhões no trimestre até agosto, recuo de 0,7% na mesma base de comparação.
Além disso, o Índice de Preços ao Produtor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, desacelerou a alta, a 0,40% em setembro, ante 1,89% em agosto.
Nesta manhã, o Banco Central programou leilões de swap cambial de até 14.000 contratos (US$ 700,0 milhões) para overhedge de bancos, às 10h30, e de 8.000 contratos (US$ 400,0 milhões) para finalizar a rolagem do vencimento de janeiro de 2022, às 11h30
No exterior, o juro do bônus britânico (Gilt) de 10 anos atingiu mínima em pelo menos 13 semanas nesta manhã, segundo a Tradeweb, após o ministro de Finanças do Reino Unido, Rishi Sunak, prever que a economia britânica voltará a níveis pré-pandemia de covid-19 “na virada do ano”, na apresentação de projeções econômicas revisadas. Às 9h25 (de Brasília), o rendimento do Gilt de 10 anos caía a 1,041%, de 1,113% no fim da tarde de ontem, operando apenas um pouco acima da mínima de 1,037%.
Última cotação do dólar
Na última sessão, terça-feira (26), o dólar encerrou o pregão em alta de 0,32%, negociado a R$ 5,57.
(Com informações do Estadão Conteúdo)